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Você Manda: brasileiros relatam momentos de terror durante terremoto no Chile

Do UOL Interação

Em São Paulo

27/02/2010 14h00

Atualizado às 21h31

O terremoto de magnitude 8,8 que atingiu o Chile na madrugada deste sábado (27) matou pelo menos 214 pessoas, informou o governo. Cerca de 1,5 milhão de casas foram afetadas pelos tremores, que também foram sentidos no Brasil. As autoridades declararam parte do país como zona de catástrofe.

O terremoto teve seu epicentro a 35 quilômetros de profundidade, na região de Bio Bio, a cerca de 320 quilômetros ao sul da capital chilena e a 91 quilômetros ao norte de Concepción (500 km de Santiago).

Leia alguns relatos enviados pelos internautas:

Acordados pelo tremor
"Em Santiago, a populacao foi acordada por um forte sismo que durou cerca de um minuto e meio. A população deixou suas casas e saiu às ruas, seguindo as instruções das autoridades. Alguns habitantes comparavam até a forca do tremor à do terremoto que atingiu o país em 1985, na cidade de Viña del Mar e que matou 177 pessoas. Todos ficaram surpresos pela intensidade do sismo." (Daniel de Souza Zalaf, do Chile)

Impacto no centro de Santiago

  • Manuel Alejandro García Rodríguez/Você Manda

    Foto do internauta Alejandro García Rodríguez mostra a destruição causada no centro de Santiago

Chão parecia gelatina
"Vivo há 4 anos no Chile e jamais imaginei como seria um evento assim! É indescritível e, o barulho, ensurdecedor. Comecou devagar e cresceu tanto, um estrondo espantoso. A cama, a cadeira, tudo saltava como se tivesse vida própria. Caminhávamos como bêbados, desequilibrados... O chão parecia gelatina! Saí correndo para fora da casa, e a divina providência fez com que meu filho se lembrasse de que em momentos assim tínhamos que ficar embaixo de uma viga forte. Logo um muro caiu." (Raquel da Silva, de Santiago, no Chile)

Nuvem de fumaça
"Meu nome é Fernando e moro em Santiago há 1 ano e meio. Na hora do terremoto eu estava com alguns amigos em uma boate no centro de Santiago e antes de começar a sentir-se os tremores, estava a ponto de sair de lá e foi quando já na entrada começaram os tremores. Saimos correndo, os prédios se moviam e o grande desespero era saber que podiamos morrer soterrados pelos prédios ou se as ruas desabassem porque justo abaixo passam as linhas de metro. Tenho os joelhos muito doloridos pelo impacto de nao se poder caminhar voluntariamente. As ruas estavam tao escuras e entre os faróis dos carros se podia ver a grande núvem de fumaça que se levantava. Graças a Deus nao sofremos grandes lesoes, somente os joelhos, alguns arranhoes dos vidros das janelas dos prédios que cairam e pedaços de edifícios que desmoronavam." (Fernando Souza Soares, de Santiago, Chile)

Sem informações
"Foi um susto grande. Por volta das 3h30, acordamos com tudo balançando, com coisas caindo, gritos de hóspedes no corredor do hotel, tudo sem saber ao certo o que estava acontecendo. Quando o primeiro tremor teve fim, os funcionários do hotel passaram em todos os andares pedindo que os hóspedes descessem, e que esta era uma recomendação da defesa civil chilena em virtude de possíveis novos tremores. Nós, assim como os demais hóspedes, passamos a manhã toda no saguão do hotel, muitos dormindo no chão, enquanto muitos outros permaneciam de pé em busca de informações. Estávamos sem energia (só com o gerador do hotel), sem água e telefones." (Guilherme Buzutti Vieira, do Chile)

Como em um navio
"Estou em Santiago. Acordei com tudo balançando no quarto: o espelho na parede, os lustres, as gavetas e portas dos armários abrindo e fechando. Só percebi a magnitude do terremoto quando cheguei na recepção do hotel e os próprios chilenos estavam assustados. Depois aconteceram duas réplicas, e agora parece que estamos em um navio, pois sempre 'estamos sentindo pequenos balanços'. Aguardo a liberação do aeroporto, pois devia estar retornando hoje para o Brasil." (Paulo Almeida, de Santiago, Chile)

Em Rancagua, a 100km da capital

  • J. Pedro Terrazas/Você Manda

    Foto enviada pelo internauta J. Pedro Terrazas mostra estrada chilena danificada pelo terremoto

Alerta máximo
"Em Santiago, a experiência de viver novamente um terremoto não é nada boa. Tive que manter a calma da minha familia, pois meu marido e filho entraram em pânico. Foi muito forte o ruido dos ventanais, das coisas quebrando e de gente gritando. Estava tudo escuro, sem luz,  estava frio e não sabiamos ao certo o grau da magnitude da catastrofe. Ainda há muitas replicas e temos que ficar em alerta máximo." (Any Chapple, de Santiago, Chile)

Medo de tsunami
"Fomos "chacoalhados" esta noite. Por volta de 5h30min acordei no hotel e, inicialmente, o tremor era de menos intensidade. Em segundos, o prédio começou a balançar muito forte e me dirigi à porta do apartamento, para proteger-me no batente. Sem ter noção do que se passava, fui colocando a roupa no corredor e corri para pegar a bolsa, dirigindo-me a saída de emergência juntamente com outros brasileiros, inclusive crianças. O medo maior após o tremor era a ocorrência de tsunamis, pois não se sabia onde era o epicentro do terremoto. O prédio está com fissuras e vidros quebraram-se." (Cláudia Marcon, de Puerto Montt, Regiáo dos Lagos, Chile)

Muita destruição
Sou brasileira e estava em Santiago na hora do terremoto. Foi uma loucura. Acordei de madrugada e parecia que o mundo estava acabando... As pessoas corriam para a rua. Foi interrompida a energia, não conseguiamos efetuar ligações. Fui para o aeroporto tentar um voo para qualquer lugar distante daqui, mas em vão. Aeroporto fechado. Consegui embarcar num carro com uma familia chilena que estava indo para Mendoza de carro, na tentativa de pegar um voo para Buenos Aires e, de lá, outro para São Paulo. Estamos num restaurante numa cidade vizinha a Santiago. Pelo caminho do aeroporto até a saida da cidade há muita destruição. As ruas estavam lotadas, muitas pessoas perambulando de um lado para outro. (Denia, São Paulo, SP)

Brasileiros tentarão voltar pela Argentina
"Alguns brasileiros que estão no Chile, em uma das áreas mais atingidas (entre eles meu esposo), tentarão voltar para o Brasil pela Argentina. Eles estudam a possibilidade de ir de carro até lá e embarcar para o Brasil de avião. Meu esposo me ligou hoje às 6h da manhã e disse que a destruição é incalculável. Ele está em Los Angeles, a 90km de Concepción." (Mariane Gomes Ampudia, Curitiba, PR)

  • Alejandro García Rodríguez/Você Manda

    Foto do internauta Alejandro García mostra edifício parcialmente destruído na capital Santiago

Pânico e terror
"Pânico total. Terror mesmo. Eu acordei com o lustre do quarto dando golpes no teto. Peguei um tênis, uma lanterna e desci correndo, atropelando as pessoas mais lerdas na escada. Fui para rua de bermuda e sem camiseta. Passei um pouco de frio, mas um cara me emprestou uma manta. Só voltei pra dentro do apartamento às 9h da manhã. Ficamos na rua por mais de 5 horas com medo de mais tremores. Tem várias rachaduras no prédio, mas todas parecem superficiais, só do reboco, gesso, etc. Mas tudo bem, aqui em volta do prédio não aconteceu nada, ainda não saí daqui de perto para olhar. Apenas agora a luz voltou e eu pude me contactar com as pessoas do Brasil." (Celito, de Santiago, Chile)

"Apavorante"
"Tenho uma filha de 20 anos morando em Santiago, e com tudo que aconteceu ela está apavorada. Voltou para seu apartamento, e não pode ficar por lá pois ainda sente tremores de escala menor." (Cleide Nahas, de São Paulo, SP)

No escuro
"Estava com um amigo e meu namorado numa boate quando o terremoto aconteceu. Mesmo estando acostumada a pequenos abalos, esse deu um medinho. Saí da boate na hora e fui para casa. A cidade estava escura, faltando luz em quase toda parte, inclusive no edificio onde vivo. Acabamos nos abrigando na casa de meu namorado, onde pelo menos havia água e gás. Estamos todos bem e conseguimos avisar a família. A coisa em Santiago está sob controle e nada dessa tragédia horrorosa que está na TV. Pelo menos aqui na zona central." (Ylana Gracielli, de Santiago, Chile)

  • J. Pedro Terrazas/Você Manda

    Foto enviada pelo internauta J. Pedro Terrazas mostra viaduto danificado pelo tremor em Rancagua, ao sul do Chile (100km da capital Santiago)

Sensação terrível
"Moro em Santiago há 8 meses e nunca presenciei uma coisa tão terrível como esta. Estava dormindo e meu marido me acordou avisando-me sobre o tremor. Eu não tinha percebido nada, mas quando me dei conta estávamos na porta da minha sala.  Parecia que estávamos andando de skate em cima de uma onda do mar. Foi uma sensação terrível. Graças a Deus não aconteceu nada conosco. Minha casa não caiu, apenas senti o chão indo para cima e para baixo." (Katya e Ariel, de Santiago, Chile)

Maior tremor da vida
"O maior tremor que vi em minha vida. Moro no 10º andar. Chegou uma hora que pensamos que iria vir tudo a baixo, uma sensação inexplicável, Graças a Deus estamos todos bem, mas ainda existem muitas réplicas, se sente a cada pouco..." (Felipe de Oliveira, de Santiago, Chile)

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Forte terremoto atinge o Chile

  • Carol Guedes/Folha Imagem

    Veículos que estavam passando por uma estrada que desabou capotaram durante o terremoto

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* Com informações do UOL Notícias