Assange deixa prisão após pagamento de fiança
O australiano Julian Assange ganhou liberdade após pagamento de fiança, nesta quinta-feira (16), em Londres, no caso de supostos crimes sexuais pelos quais é acusado na Suécia. "É bom sentir o ar fresco de Londres novamente", afirmou Assange, ao deixar a Suprema Corte.
Na última terça-feira (14), um juiz britânico já havia autorizado a liberdade condicional para Assange, mas a decisão foi adiada devido a um recurso apresentado pelos advogados que representam o governo da Suécia.
Na audiência de hoje, Gemma Lindfield, representando as autoridades suecas, disse ao juiz que havia um "risco real" de Assange deixar o país devido ao seu estilo de vida "nômade" e às possibilidade de se esconder com a ajuda dos adeptos do WikiLeaks "neste país e no exterior". Mas, segundo a rede de notícias "Sky News", o juiz reconheceu que Assange tem cooperado com as autoridades suecas com relação às acusações. "Essa não é a conduta de uma pessoa que está tentando escapar da Justiça", disse o juiz.
Ao deixar a Corte, Assange agradeceu todas as pessoas que confiam nele, e agradeceu seus advogados e àqueles que se tornaram fiadores de sua liberdade condicional. "Pretendo continuar meu trabalho e continuar a manifestar minha inocência neste caso", acrescentou.
Além do pagamento da fiança, Assange teve de entregar seu passaporte para a polícia e será monitorado através de uma etiqueta eletrônica. Ele será levado para uma mansão em Suffolk, no sudeste da Inglaterra, que foi disponibilizado por um amigo jornalista.
Apesar das restrições, o tempo de Assange na mansão será bem diferente de sua permanência na prisão vitoriana de Wandsworth, onde estava detido. Com dez camas e 240 hectares de área privada perto da cidade de Bungay, norte de Suffolk, a mansão Ellingham Hall tem lago próprio, uma fazenda de orgânicos e uma adega bem abastecida.
No dia 11 de janeiro de 2011, Assange deve comparecer à corte para uma nova audiência do processo.
Vazamento de documentos sigilosos da diplomacia dos EUA pelo WikiLeaks
Mais acusações
Ainda nesta quinta-feira, o jornal “The New York Times” trouxe uma matéria dizendo que se ficar provado que Assange encorajou a fonte dos documentos da diplomacia americana a procurar as informações confidenciais, os Estados Unidos poderão acusar o fundador do site Wikileaks de conspiração.
Sobre o assunto, o advogado de Assange preferiu não comentar. “Nós não abordamos a questão da ação norte-americana. Nosso foco principal agora é o prazer e alegria da família de Julian”, disse Stephens.
Histórico do caso
Em agosto passado, a Suécia emitiu um pedido de prisão contra Julian Assange, em suposto caso de crimes sexuais cometidos em Estocolmo e Enköping. O pedido é retirado dias depois, mas a promotora Marianne Ny retoma o caso e, em novembro, a Suécia emite uma ordem de prisão internacional contra o Australiano.
A Interpol coloca Assange entre os "procurados", aumentando a atenção com o caso. Em 7 de dezembro, ele se apresenta voluntariamente a uma delegacia em Londres e fica detido, com pedido de fiança negado.
*Com Agências Internacionais
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