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"Apresentadores de TV estão usando capacetes de proteção", diz internauta no Japão; leia mais

Do UOL Notícias*<br>Em São Paulo

11/03/2011 09h20

O internauta brasileiro Ricardo Romano relatou ao UOL Notícias que sentiu em Okazaki, na província japonesa de Aichi-Ken, onde mora, o forte tremor de 8,9 pontos na escala Richter que atingiu o Japão hoje (11).

“Estamos acompanhando pela TV o noticiário e a região nordeste do Japão foi extremamente afetada. As imagens da TV são bem chocantes, e para se ter uma ideia, os apresentadores ainda estão usando capacetes de proteção (eles estão ao vivo) e em muitos momentos, durante a transmissão, ocorreram fortes tremores”, disse.

Segundo o internauta, “os flagrantes dos tsunamis mostraram até grandes barcos sendo arrastados para a costa. Carros são levados pela correnteza como se fossem "caixinhas de fósforos". Nunca imaginei presenciar fatos assim. Espero que as pessoas que moram nas regiões mais afetadas possam ter se refugiado a tempo. Os alertas de tsunamis foram dados com antecedência nas regiões de alerta”, afirmou Romano.

Já o internauta Pedro Ivo Lage de Macedo, que está em Nagoya, disse que “sentiu pelo menos quatro tremores, sendo que os dois primeiros foram de mais de 30 segundos e me deram uma leve tontura”.

Segundo Macedo, as emissoras de TV locais iniciaram uma transmissão de emergência logo após o tremor com cenas da destruição. “As cenas eram assustadoras. Como efeito do terremoto, havia focos de incêndio em Odaiba, Saitama, Chiba, Tochigi, atingindo principalmente estações de tratamento de petróleo. Em Miyage e Iwate, os incêndios se alastravam por centenas de metros e prédios inteiros demoliram. O efeito do tsunami não foi menos assustador. As cenas mostravam a água invadindo a costa, carregando carros como se fossem brinquedos e colocando navios virados em pleno centro da cidade. O aereporto de Sendai também foi atingindo, tendo suas instalações invadidas pela água do mar.”

Macedo relatou também que “depois dos terremotos principais, houve uma série de réplicas fortes. O país inteiro está em alerta máximo e número de mortos deve subir e muito nas próximas horas. A alerta de "tsunami gigante" permanece ativo e, pela minha expêriencia com terremotos aqui no Japão, por pelo menos uma semana teremos terremotos bastante fortes, que podem aumentar ainda mais o rastro de destruição."

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A internauta Taiza Krueder relatou que tinha chegado de manhã a Tóquio e estava em uma estação de metrô quando “tudo começou a tremer”. “Segui a multidão, que saiu correndo para a rua.Vários prédios balançavam, as pessoas gritavam e choravam. Quando voltei para o hotel, após andar mais de duas horas, porque o metrô foi interditado, descobri que não podíamos subir para os quartos por questões de segurança. Estamos todos acampados no lobby esperando. O lustre principal do lobby caiu e espatifou no chão. Estão todos muito assustados, mas os japoneses são muito organizados. Deixaram um buffet à disposição e distribuiram cobertores".

O internauta Mauro Shira conta que estava em Ginza na hora do terremoto. “Foi muito impressionante ver os prédios balançando e como rapidamente as pessoas saíram para as ruas, buscaram locais abertos, longe dos prédios espelhados. Estou agora isolado no lobby do hotel. Não podemos subir para os quartos. Eles serviram jantar gratuito e distribuíram cobertores, água e chá. Há um clima calmo e tenso ao mesmo tempo. Metrôs e trens ainda não funcionam. Milhares de japoneses que não têm como voltar para suas casas de trem e estão tentando se hospedar em hotéis. Linhas de telefone e internet estão voltando aos poucos", explicou. Segundo Mauro, “ a sensação de ser estrangeiro e não entender o idioma fica mais acentuada e cruel em momentos como esse. Há varias TVs que foram instaladas no lobby e o noticiário em japonês não para. Apesar de não entender o idioma, as imagens impressionam.

Erika Y., internauta do UOL Notícias que está na cidade de Maebashi, no Estado de Gunma, no Japão, relatou que estava em uma loja de produtos brasileiros na hora do tremor. “Comecei a ouvir barulho de vidro batendo. O rapaz do caixa perguntou se eu estava sentindo o terremoto, e só aí fui me dar conta do que estava acontecendo. Saí da loja e o chão estava se movimentando muito, os carros estavam mexendo bastante. Postes e fios balançando... as pessoas começaram a sair às ruas, muita gente chorando. Foi muito forte!”, contou.

De acordo com a internauta, os estragos no país após o tremor são muito grandes, mas informações sobre mortes ainda são incertas. Segundo ela, as emissoras de TV japonesas estão passando imagens de destruição de forma ininterrupta, e há relatos de que muitas pessoas possam estar soterradas em várias cidades do país.