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Diretor do FMI recebe proteção consular da França ao ser preso por abuso sexual nos EUA

Do UOL Notícias*<br>Em São Paulo

15/05/2011 09h50

O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, recebeu neste sábado (14) em Nova York a visita de um diplomata francês para "proteção consular", informou neste domingo (15) o Ministério das Relações Exteriores da França.

Um porta-voz ministerial indicou à Agência Efe que o cônsul-geral em Nova York, Philippe Lalliot, visitou o economista preso na noite deste sábado. Segundo o porta-voz, a embaixada francesa nos EUA e o consulado "estão mobilizados" para o assunto e "em estreito contato com o FMI e as autoridades americanas".

O político francês, à frente do FMI desde 2007, foi preso dentro do avião da companhia aérea Air France, quando seguia a Paris. Ele é acusado de ter atacado sexualmente uma camareira de um hotel em Nova York.

Strauss-Kahn, de 62 anos, considerado o principal nome do Partido Socialista francês para as eleições presidenciais de 2012, já foi indiciado por tentativa de estupro, ato sexual criminoso e retenção ilegal.

Presunção de inocência

O governo da França pediu neste domingo que se respeite a presunção de inocência de Dominique Strauss-Kahn.

O porta-voz do Governo, François Baroin, indicou à emissora "France 2" que o executivo francês "respeita dois princípios simples: o devido processo legal sob a autoridade da Justiça americana, segundo as modalidades do direito americano, e o do respeito à presunção de inocência".

Baroin é a primeira pessoa do governo francês que se pronuncia sobre a prisão do economista e político.

"É preciso ter uma prudência extraordinária na forma, na análise, nos comentários e nas consequências", acrescentou o porta-voz, indicando que o dirigente do FMI terá a oportunidade de declarar sua versão dos fatos quando comparecer à Justiça.

Repercussão

Dominique Strauss-Kahn está "definitivamente desacreditado como candidato" para a presidência francesa depois desse escândalo, afirmou Marine Le Pen, líder do partido francês de extrema-direita Frente Nacional.

"Os fatos atribuídos a Dominique Strauss-Kahn, se estiverem corretos, são muito graves. Está definitivamente desacreditado como candidato a presidente", disse Le Pen.

"Há meses circulavam em todos os círculos de Paris boatos sobre a relação patológica que Strauss-Kahn parece ter com as mulheres", declarou a candidata.

*Com agências internacionais