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Vulcão chileno em atividade obriga retirada de moradores e provoca cancelamento de voos

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

06/06/2011 17h40

O vulcão Puyehue entrou em erupção neste final de semana e emitiu uma densa fumaça de cinzas que se estendeu por quilômetros na região sul do Chile e da Argentina. Em consequência das erupções, as autoridades chilenas ordenaram a retirada de aproximadamente 3.500 pessoas que moravam na área do vulcão, Bariloche ficou embaixo de cinzas e pelo menos duas companhias aéreas anunciaram cancelamentos de voos.

Nesta segunda-feira (6), a companhia aérea chilena LAN informou que os voos com origem ou destino em Bariloche, Neuquén e Rio Gallegos foram suspensos "até que as condições estejam favoráveis e com total segurança". Todos os demais destinos continuam operantes, inclusive Santiago do Chile.

A companhia oferece aos passageiros afetados a opção de trocar a data do voo, trocar a rota, com pagamento da diferença, ou devolução da passagem. Em nenhum dos casos será cobrada multa.

A Aerolíneas Argentina e suas subsidiárias também informa que até quinta-feira (9) estão suspensos os voos ligando Buenos Aires às cidades de Trelew, Neuquém, Viedma, Río Gallegos, El Calafate, Usguaia, Río Grande, Comodoro Rivadavia, Bahía Blanca, Santa Rosa e San Rafael. Também até quinta-feira estão canceladas as operações noturnas para Santiago do Chile ou Mendoza.

Além disso, a Aerolíneas Argentina suspendeu até domingo (12) os voos entre Buenos Aires e as cidades de Bariloche, Chapelco e Esquel. A companhia argentina informa que os passageiros afetados poderão remarcar as viagens.

Especialistas ouvidos pela Folha.com afirmam que as cinzas poderiam chegar ao Brasil, mas sem grande intensidade.

Vizinhos afetados

Desde sábado, os moradores vizinhos do vulcão Puyehue estão sendo orientados a abandonar a região e encaminhados para abrigos temporários.

"Não sabemos quando voltaremos", disse à AFP Ana Márquez, que foi levada sábado a um abrigo instalado na biblioteca municipal na pequena cidade de Entre Lagos, às margens do lago Puyehue.

Ana vive em Ticahue, ao norte de Entre Lagos, e recorda o momento em que o vulcão entrou em erupção: "Vi como explodia e tudo ficava preto e vermelho. Fiquei muito nervosa", conta.

À noite, um espetáculo de relâmpagos emanados da imensa nuvem de cinzas iluminava de forma intermitente a escuridão do sul chileno.

Bariloche sob cinzas

Do lago argentino, a cidade turística de Bariloche e outras áreas no sul do país anunciaram estado de alerta ou emergência diante da chegada das cinzas do vulcão Puyehue.

Uma mudança dos ventos começou a levar nesta segunda-feira as nuvens de cinzas em direção ao noroeste de Bariloche, onde se encontram várias vilas turísticas e a cidade de San Martín dos Andes.

O prefeito de Bariloche, Marcelo Cascón, confirmou a suspensão das aulas nos colégios e outras atividades, enquanto a baixa visibilidade obrigou a manter a restrição ao trânsito pela estrada que liga San Martín dos Andes.

O "comitê de emergência" mantém a recomendação para que as pessoas permaneça em suas casas e economizem água potável, apesar das cinzas não terem poluído os aquíferos, indicou o prefeito às rádios de Buenos Aires.

O vulcão Puyehue, de 2.240 metros de altitude, sobre os Andes, voltou a emitir cinzas no sábado. Sua última grande erupção foi em 1960, depois de um terremoto de 9,5 graus Richter, o mais forte registrado até agora no mundo todo.

*Com informações da AFP e da EFE