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Onda de violência se espalha e distúrbios chegam a Liverpool e Manchester

Do UOL Notícias

Em São Paulo

08/08/2011 21h57Atualizada em 08/08/2011 22h34

Os distúrbios que atingem Londres há três dias se alastraram na noite desta segunda-feira a Liverpool, Manchester e Birmingham, segundo informações da rede britânica BBC.

Em Birmingham, a segunda cidade mais populosa do país, pelo menos cem pessoas foram presas e dezenas acabaram hospitalizadas.

Grupos de jovens mascarados destruíram lojas e restaurantes na cidade, incluindo um restaurante da rede de fast food McDonald's e uma boutique da grife Armani, além de atear fogo em carros e caixas de correio. A polícia local disse ainda que uma delegacia no centro da cidade foi incendiada.

Além de Birmingham, no norte do país, foram registrados distúrbios nas cidades de Manchester e Liverpool, onde carros foram incendiados e manifestantes entraram em choque com a polícia.

Os distúrbios começaram na última sexta-feira (5), após um protesto pela morte de Mark Duggan, 29. Ele foi morto por policiais na quinta-feira (4), em Tottenham, depois de ser abordado em um táxi por uma unidade que investiga crimes com armas de fogo no bairro.

Veja imagens da violência em Londres

Nesta segunda-feia, os distúrbios se espalharam por vários bairros de Londres como Hackney, região que possui uma das taxas de criminalidade mais altas do Reino Unido, e também em Lewisham e Peckham.

Em Lewisham, grupos de jovens atearam fogo em dois carros e em contêineres, enquanto as ruas adjacentes foram interditadas pela polícia. No bairro de Peckham, também no sudeste de Londres, um ônibus foi queimado, segundo uma porta-voz do serviço de transportes londrino.

Mais de 220 pessoas foram presas acusadas de participar dos distúrbios, entre eles, um jovem de 11 anos. Estima-se que o prejuízo causado pelos danos seja superior a 115 milhões de euros.

No distrito de Croydon, sul de Londres, um incêndio de grande proporção, aparentemente provocado por grupos de jovens, assustaram os moradores. Imagens exibidas pela BBC mostravam um prédio incendiado no centro do distrito. Os bombeiros levaram mais de uma hora para conter as chamas. O local também registrou saques, confrontos entre manifestantes e policiais, além de incêndios em carros e ônibus e em outros prédios.

Na madrugada desta terça (horário local), a violência chegou a locais mais centrais, como Notting Hill, Clapham, Ealing, Camden e Hampstead.

Devido ao agravamento dos distúrbios, o primeiro-ministro David Cameron anunciou que retornará à cidade na noite desta segunda. O premiê estava de férias com a família na Itália. Na terça-feira pela manhã, Cameron participará de uma reunião do Comitê britânico de Contingências de Emergência e conversará sobre a situação na capital britânica com o ministro do Interior e com o chefe da polícia, informou um comunicado emitido por Downing Street.

Mais cedo, o prefeito de Londres, Boris Johnson, confirmou que retornará à cidade nesta terça-feira (9) para tentar resolver a crise. Ele também estava em viagem de férias.

Segundo informações da polícia, os jovens se organizaram por meio do Twitter e de mensagens no celular, que agora estão sendo monitorados pela polícia na tentativa de prever onde os protestos vão ocorrer.

O vice-prefeito de Londres, Kit Malthouse, disse que a violência é culpa de um pequeno número de criminosos motivados pela ganância, e não pela conduta da polícia ou de problemas sociais mais amplos causados pela lenta recuperação econômica do Reino Unido.

“Isso é um grupo relativamente pequeno de pessoas dentro de nossa comunidade em Londres que, francamente, estão procurando coisas para roubar. Eles estão escolhendo tipos de lojas específicas, porque querem um novo par de tênis ou o que for”, disse ele à rede Sky News.