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Governador de Nova Gales do Sul promete transparência em investigação sobre morte de brasileiro

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Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

21/03/2012 09h53Atualizada em 21/03/2012 10h03

O governador de Nova Gales do Sul, Barry O’Farrell, promete , nesta quarta-feira (21), que o governo australiano e a polícia serão transparentes e independentes na investigação da morte do brasileiro Roberto Laudisio Curti, 21, morto na manhã de domingo (18), em Sydney, na Austrália, pelas descargas de pistolas elétricas durante uma perseguição policial.

“Eu digo para qualquer outro país, a lei australiana é rigorosa. A lei australiana é independente de qualquer interferência do governo. E a lei australiana, 99,99% das vezes, acerta”, afirmou O’Farrell.

“A investigação está sendo feita de acordo com as leis australianas e com a transparência e independência necessárias”, completou.

O governo estadual nomeou um ouvidor para investigar o caso. Segundo Bruce Barbour, trata-se de um caso de interesse público significativo e que requer mais atenção nas investigações.

Barbour tem dúvidas sobre o uso seguro de armas de choque, o chamado taser, pela polícia do país.

"A proposta do uso do taser é a proteção da vida num caso de violência iminente, mas ele pode estar sendo usado em situações erradas pelos policiais e isso terá que ser revisto", disse.

Na terça-feira (20), o governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, cobrou explicações das autoridades da Austrália sobre as circunstâncias que provocaram a morte do brasileiro.

 

“O governo brasileiro deplora a notícia da morte de cidadão brasileiro em circunstâncias ainda não esclarecidas durante operação policial em Sidney, na Austrália. O Consulado-Geral do Brasil em Sydney e a Embaixada do Brasil em Camberra foram instruídos a prestar toda a solidariedade e o apoio à família da vítima, bem como a solicitar os devidos esclarecimentos às autoridades australianas a respeito do ocorrido”, diz uma nota publicada pelo Itamaraty.

O cônsul-geral do Brasil na Austrália, Américo Fontenelle, acompanha pessoalmente as investigações e a assistência prestada à família de Curti, segundo o Itamaraty. As duas irmãs da vítima e um tio do rapaz estão na Austrália e acompanham todo o processo, de acordo com diplomatas.

“O Ministério das Relações Exteriores manifesta suas condolências à família do brasileiro morto e reafirma sua confiança de que as autoridades australianas conduzirão as investigações com o rigor necessário”, conclui a nota divulgada pelo Itamaraty.

Curti foi para a Austrália estudar inglês, em junho do ano passado. O rapaz trancou a faculdade de Administração, na PUC-SP, para viajar.

Na Austrália, Curti tinha acabado de conseguir um emprego em um café. Segundo amigos, ele também trabalhava como promoter de uma casa noturna de Sydney.

O jovem morreu após ser perseguido por cinco agentes que usaram pistolas taser e sprays de pimenta para controlá-lo.

Segundo testemunhas, Curti entrou em uma loja pedindo ajuda e dizendo que o mundo acabaria. Depois disso, roubou um pacote de biscoitos e fugiu.

Na perseguição, conseguiu se desvencilhar dos agentes em várias ocasiões, mas foi morto após a utilização dos tasers.

Amigos negam que o brasileiro tenha roubado o pacote de biscoitos e dizem que a polícia o confundiu com outra pessoa.

(Com agências internacionais)