Ex-procurador das Mães da Praça de Maio é preso em Buenos Aires
Do UOL, em São Paulo
15/05/2012 15h18
Sergio Schoklender, ex-procurador da Mães da Praça de Maio e ex-braço direito da líder da organização, Hebe de Bonafini, foi preso nesta terça-feira, em Buenos Aires, acusado de fraude e associação ilícita por desvio de fundos destinado à organização argentina.
A prisão ocorre quase um ano depois de denúncias acusarem alguns integrantes da organização de fraudar o programa Sonhos Compartilhados, que consite na construção de casas populares com uma verba equivalente a US$ 165 milhões de dólares, dada pelo governo federal.
O juiz Norberto Oyarbide decretou a prisão de Schoklender depois de ouvir seu depoimento por cerca de três horas. Para o juiz, Schoklende é o chefe de uma conspiração para fraudar a organização.
Antes de entrar no tribunal, Schoklender disse a jornalistas que era vítima de uma armação e que não havia motivo para prendê-lo.
Além dele, o juiz também decretou a prisão de Pablo Schoklender, irmão de Sergio, e Alexandre Gotkin, ex-contador da organização. O juiz também informou que também quer ouvir a filha de Bonafini, María Alejandra Bonafini.
Segundo a investigação, o grupo de Schoklender teria desviado o dinheiro recebido para a construção das casas e investido em bens privados como dois aviões, um iate de US$ 500 mil, terrenos, apartamentos e uma moto.
Essa não é o primeiro problema dos irmãos Schoklender com a polícia. Em 1981, eles ficaram conhecido por matarem os pais, colocar os corpos no porta-malas de um carro e abandonar o veículo em uma rua da capital argentina. Eles foram condenados, cumpriram pena e hoje, estão em liberdade. Foi na prisão que Bonafini conheceu Sergio, durante as visitas que fazia aos presos.
Após as denúncias de fraude, Bonafini acusou Sergio e seu irmão de "formação de quadrilha", administração fraudulenta e falsificação de documentos", e garante que a "única responsabilidade das Mães da Praça de Maio é ter promovido um empreendimento para construir casas e um ambiente adequado para as vítimas da marginalização".
As informações são dos jornais Clarín e La Nación.