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Sem petróleo, Jordânia enfrenta desemprego, deficit e corrupção

Rei Abdullah 2º promete esforços para fazer uma "reforma social" na Jordânia - Pablo Martinez Monsivais/Arquivo/AP
Rei Abdullah 2º promete esforços para fazer uma "reforma social" na Jordânia Imagem: Pablo Martinez Monsivais/Arquivo/AP

Armando Pereira Filho

Do UOL, em Amã (Jordânia)

12/06/2012 06h00

Quando se pensa na economia de um país no Oriente Médio, a primeira ideia que vem à cabeça é petróleo. Mas para a Jordânia, que faz fronteira com Iraque, Egito, Arábia Saudita e Israel, isso não é verdade.

O país praticamente não tem petróleo. A produção em 2010 foi de apenas 88 barris por dia, em média. Só para comparar, o Brasil produziu, em dezembro de 2011, 2,3 milhões de barris por dia, em média,segundo o World Factbook, da CIA (agência de inteligência americana).

Por isso, por incrível que pareça, o preço da gasolina é um dos fatores de desestabilização no país, O custo da energia elétrica e o abastecimento de água são outros dois problemas.

Com uma população de cerca de 6,5 milhões de habitantes, o país é aproximadamente do tamanho do Estado de Santa Catarina.

O deficit orçamentário é atualmente de 2,9 bilhões de dinares (R$ 8,3 bilhões), segundo o jornal "The Jordan Times".

No domingo (10), a Jordânia comemorou a Grande Revolta Árabe (que começou em 1916 e culminou com a independência dos ingleses em 1946) e o Dia do Exército.

O rei Abdullah 2º, como parte das festividades, encontrou-se com o primeiro-ministro jordaniano, Fayez Tarawneh, e prometeu esforços para fazer uma "reforma social", criar empregos e reduzir a pobreza.

Segundo a imprensa local, o primeiro-ministro disse ao rei que uma das prioridades é o combate à corrupção no governo. Tarawneh prometeu apoio a dois órgãos que fiscalizam o desvio de dinheiro público -o Escritório de Auditoria e a Comissão Anticorrupção.
De acordo com o Escritório de Auditoria, a Jordânia perdeu 49 milhões de dinares em 2011 por causa da corrupção.

A seu favor, a Jordânia tem uma situação mais estável em relação à política externa. É aliada dos Estados Unidos e fez um acordo de paz com Israel em 1994. O país é considerado liberal entre as nações árabes.

Há diversidade de credos, e as leis do Estado não se confundem com as leis religiosas. As mulheres não usam burcas (roupas tradicionais muçulmanas que cobrem todo o corpo) e muitas andam sem lenço na cabeça, como a própria rainha Rania.

VEJA PARTICIPAÇÃO RELÂMPAGO DO REI ABDULLAH 2º EM "STAR TREK"

(O jornalista Armando Pereira Filho viajou a convite do Comitê de Turismo da Jordânia)