Queda de Lugo no Paraguai opõe América Latina a EUA e Europa
A deposição do presidente eleito no Paraguai, Fernando Lugo, e a posse do liberal Federico Franco, colocou, de um lado, os países das Américas do Sul e Central e, do outro, os norte-americanos e europeus.
Até o momento, 13 países rechaçaram a saída do ex-bispo: Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia, Venezuela, Equador, Cuba, Peru, República Dominicana, El Salvador, Nicarágua e Panamá. Em linhas gerais, os governos consideraram a destituição uma ameaça à democracia. Alguns, como Venezuela, Equador, Bolívia e Cuba, sequer reconheceram o novo governo.
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Já entre os que reconheceram o novo mandatário estão os Estados Unidos, o Canadá, a Alemanha e o Vaticano, sede da Igreja Católica. Colômbia e Chile lamentaram a saída de Lugo, mas não adotaram alguma posição incisiva. Em nota, o governo dos EUA reconheceu a decisão da Congresso e pediu calma aos paraguaios.
A Alemanha considerou “normal” o processo de deposição de Lugo, assim como a Espanha. Ontem (23), foi a vez do Canadá aprovar a destituição do ex-bispo.
Os governos dos países do Mercosul –Argentina, Brasil e Uruguai-- estudam sanções contra o Paraguai, entre elas a saída do bloco. A mandatária argentina, Cristina Kirchner, determinou a saída de seu embaixador do Paraguai. Dilma Rousseff e José Mujica, presidente do Uruguai, convocaram seus embaixadores para conversar. A partir de terça-feira (26), ocorre a Cúpula do Mercosul, em Mendoza (Argentina).
Franco afirmou que não irá ao encontro, mas o novo chanceler, José Félix Fernandes Estigarribia, disse, em coletiva neste domingo (24), que irá à cúpula para negociar com os vizinhos. Estigarribia já foi ministro de Relações Exteriores e tem larga experiência em questões diplomáticas. Por esta razão, fui um dos primeiros ministros nomeados por Franco.
A situação preocupa tanto o novo mandatário que ele afirmou que irá procurar seu antecessor e pedir ajuda para resolver o impasse diplomático. Em discurso público na noite de ontem (23), Lugo disse que o Paraguai não pode ficar “isolado” e que o novo governo deve procurar meios de solucionar a crise com os países vizinhos.
Na próxima semana, os chanceleres da Unasul também se encontrarão para discutir a questão paraguaia e definir uma posição conjunta.
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