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Na TV, presidente da Líbia diz que filme anti-islâmico não motivou ataque ao consulado

Do UOL, em São Paulo

26/09/2012 08h43

Em entrevista ao canal americano NBC, o presidente da Líbia, Mohamed Magarief, disse “não ter dúvidas” de que o ataque ao consulado americano em Benghazi, em 11 de setembro, não foi motivado pelo filme anti-islâmico “A Inocência dos Muçulmanos”, e que foi um atentado planejado. A entrevista foi ao ar na noite desta terça-feira (25).

Magarief disse que o dia escolhido para o atentado – 11 de setembro – não foi uma coincidência, já que o filme estava disponível na internet há meses. O atentado terminou com a morte de quatro funcionários do consulado, entre eles, o embaixador americano no país, Chris Stevens.

“Reações, se genuínas, deveriam ter acontecido seis meses antes. Ou seja, foi adiada para 11 de setembro. Eles escolheram esta data para entregar uma mensagem”, disse Magarief. “Foi um ato terrorista pré-planejado que não teve nada a ver com o filme”, completou.

Liderando a reconstrução do país após um ano de crise e a queda do ex-ditador Muammar Gaddafi, Magarief declarou que os responsáveis pelos ataques “não representam o povo da Líbia” e ressaltou que seu país é um aliado dos norte-americanos.

“Nós consideramos os Estados Unidos um aliado, e não apenas isso, mas um forte aliado, que ficou ao nosso lado no momento em que precisamos”. Sobre Stevens, Magarief declarou que ele era “um ser humano único” e “um grande amigo da Líbia”.

Até agora, cerca de 40 pessoas foram ouvidas pelas autoridades líbias suspeitas de envolvimento no ataque. 

Nesta segunda-feira (25), em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o presidente dos EUA, Barack Obama, lembrou os trabalhos feitos por Chris Stevens e criticou a violência nos protestos contra o filme. 

"Queimar uma bandeira americana não educa uma criança", disse Obama ao criticar a reação violenta da comunidade muçulmana. O presidente dos EUA afirmou ainda que "muitos americanos também ficaram ofendidos com o filme". 

"Não há palavras que justifiquem a morte de inocentes, a morte de diplomatas, queimar um restaurante no Líbano", declarou Obama.