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Decisivo para eleições dos EUA, último debate entre Obama e Romney será focado em política externa

Romney e Obama debatem no segundo confronto das eleições americanas em Nova York - Stan Honda/AFP
Romney e Obama debatem no segundo confronto das eleições americanas em Nova York Imagem: Stan Honda/AFP

Do UOL, em São Paulo

22/10/2012 06h36

O presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição, o democrata Barack Obama, e o candidato republicano Mitt Romney fazem nesta segunda-feira (22), às 23h (horário de Brasília), o terceiro e último debate da eleição presidencial norte-americana, que desta vez acontece na Universidade de Lynn, situada em Boca Raton, na Flórida --Estado considerado decisivo para a campanha. O tema central do confronto é política externa.

Obama ficou em Camp David (Maryland), nos arredores de Washington --casa de veraneio oficial da presidência-- durante o fim de semana para se preparar para o debate de hoje e Romney fez a mesma coisa na Flórida.

"Estou muito interessado no que o governador Romney tem a dizer a respeito disso", afirmou Obama nesta quinta-feira. "Ele disse que foi 'trágica' a forma como eu encerrei a guerra no Iraque. Na semana passada, ele disse que nós ainda deveríamos ter tropas no Iraque (...). Acho que trazer nossas tropas para casa após fazerem o trabalho que elas fizeram no Iraque era a coisa certa a fazer." Romney e Obama devem se encontrar nesta quinta-feira num jantar em Nova York. O republicano passou o dia em um hotel em Manhattan, preparando-se para o debate e para o seu discurso noturno.

Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/folhaonline/mundo/2012/10/18/obama-ataca-romney-em-questao-de-direitos-das-mulheres.jhtm
"Estou muito interessado no que o governador Romney tem a dizer a respeito disso", afirmou Obama nesta quinta-feira. "Ele disse que foi 'trágica' a forma como eu encerrei a guerra no Iraque. Na semana passada, ele disse que nós ainda deveríamos ter tropas no Iraque (...). Acho que trazer nossas tropas para casa após fazerem o trabalho que elas fizeram no Iraque era a coisa certa a fazer." Romney e Obama devem se encontrar nesta quinta-feira num jantar em Nova York. O republicano passou o dia em um hotel em Manhattan, preparando-se para o debate e para o seu discurso noturno.

Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/folhaonline/mundo/2012/10/18/obama-ataca-romney-em-questao-de-direitos-das-mulheres.jhtm

A vantagem de Obama sobre seu rival republicano Mitt Romney em questões de política externa diminuiu, mas o presidente ainda lidera por estreita margem neste quesito, segundo uma pesquisa divulgada na última quinta-feira (18). Antes do debate de hoje sobre política externa, 47% dos entrevistados consideraram que Obama está mais capacitado para questões de política internacional do que Romney, que apareceu com 43%, segundo o Centro Pew para o Povo e a Imprensa.

"Isso representa um avanço substancial para Romney, que estava 15 pontos atrás de Obama em questões de política externa em setembro", disse o Centro Pew.

A pesquisa foi feita entre os dias 4 e 7 de outubro, cerca de três semanas após o ataque ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, que resultou na morte de quatro funcionários diplomáticos norte-americanos, inclusive um embaixador. Romney usou o incidente como prova de que Obama fracassou em sua liderança internacional.

Outra pesquisa, feita entre os dias 12 e 14 de outubro e abordando apenas a questão da Líbia, mostrou que 38% dos adultos reprovam a forma como o governo lidou com o ataque, e 35% aprovam.

Como parte da primeira pesquisa, Romney está à frente de Obama --49 a 40%-- a respeito das políticas comerciais com a China. Entre os eleitores independentes, a margem sobe para 50 a 34%. Nenhum dos candidatos tem vantagem clara a respeito do programa nuclear iraniano e da instabilidade política no mundo árabe.

A pesquisa também mostra um crescente pessimismo dos norte-americanos a respeito do Oriente Médio. Para 57% dos entrevistados, a Primavera Árabe não resultará em melhorias duradouras para as populações afetadas. Em abril de 2011, só 43% tinham tal opinião.

Reta final de campanha

Depois da trégua de uma noite em que o presidente Barack Obama e seu adversário republicano Mitt Romney trocaram piadinhas durante um jantar de caridade, os dois candidatos voltaram à arena na sexta-feira (19) antes de começarem a preparação para o terceiro e último debate. Cada candidato se dirigiu a um dos Estados-chave faltando 18 dias para a eleição, que, de acordo com os analistas, ainda não está definida.

O presidente busca votos na Virgínia, onde realizará um comício, enquanto Romney viaja ao maior Estado que ainda balança entre os dois candidatos, a Flórida, para celebrar um ato ao lado de seu companheiro de chapa, Paul Ryan.

Obama venceu nos dois Estados em 2008, mas, como prova da acirrada disputa este ano, os dois ainda estão em jogo, com a Flórida pendendo para Romney, de acordo com a média de pesquisas realizadas pelo site RealClearPolitics.

O presidente foi alvo das críticas dos republicanos por não explicar exatamente o que fará nos próximos anos para melhorar a enfraquecida economia dos Estados Unidos. Romney tem um plano de cinco pontos, mas os democratas afirmam que ele não apresentou dados específicos sobre esse projeto.

Enquanto isso, os candidatos optaram por trocar declarações mordazes. Os dois foram autocríticos no tradicional jantar no Al Smith Memorial, onde Obama ironizou a "soneca" que tirou no primeiro debate e Romney debochou de sua própria riqueza.

Já na sexta, Obama foi mais fundo nas piadinhas relacionadas a Romney, afirmando que seu adversário sofre de "Romnésia", já que, na última etapa da campanha presidencial, passou a defender ideias e valores contrários a convicções demonstradas no passado. Segundo Obama, Romney quer que as pessoas acreditem que ele estava brincando quando fez declarações no passado visando a obter o apoio dos republicanos nas primárias.

"Ele disse que era o candidato ideal para o (movimento ultraconservador) Tea Party. Agora, de repente, diz: 'Quem, eu?'. Ele esquece das próprias posições tomadas e quer que vocês as esqueçam", afirmou o presidente ante os 9.000 assistentes reunidos no campus da Universidade de Fairfax (Virgínia). "Temos que dar um nome a esta doença que o afeta. Acho que isso se chama 'Romnésia'!", afirmou, provocando gargalhadas no público.

Apesar do bom desenho no segundo debate, Obama enfrentou na quinta-feira (18) más notícias em relações às pesquisas, já que o presidente ficou sete pontos abaixo de Romney na enquete nacional diária de acompanhamento do Instituto Gallup. O ex-governador republicano de Massachusetts lidera a pesquisa com 52% das intenções de voto contra 47% para Obama.

Mas nos dois Estados ainda em dúvida, que são fundamentais para a reeleição de Obama, o presidente se mantém firme: em Iowa encabeça com 51% frente aos 43% de Romney e em Wisconsin tem 51% frente a 45%. Se Obama conseguir manter Iowa e Wisconsin e conquistar Ohio, terá garantido seu segundo mandato.

Segundo debate

Após ser bastante criticado pela imprensa americana no primeiro confronto por mostrar uma postura apática e com sua reeleição ameaçada, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a ficar cara a cara com o republicano Mitt Romney na última terça-feira (16), durante o segundo debate eleitoral na Universidade Hofstra, em Hempstead, Nova York, mas com uma postura muito mais firme e agressiva.

Enquanto Romney manteve a estratégia do primeiro confronto e voltou a criticar as políticas do atual governo, o presidente se mostrou mais combativo perante o adversário, chegou a chamá-lo ironicamente de "homem do carvão" e criticou duramente os planos de governo do republicano.

"O governador Romney diz que tem um plano de cinco pontos. Ele não tem um plano de cinco pontos. Ele tem um plano de um ponto e este é assegurar que aqueles que estão no topo entrem no jogo com regras diferentes", condenou Obama, que relacionou essa estratégia à sua filosofia no setor privado, como governador e como candidato à presidência.

Obama, diferente do primeiro debate, encontrou um gancho em cada uma de suas falas para criticar Romney, que não hesitou em contra-atacar. Não é a toa que os dois candidatos interromperam um ao outro várias vezes, acusando-se mutuamente de desonestidade, enquanto discutiam temas como criação de emprego e política energética, 11 dias depois de seu primeiro debate, no qual o desempenho do presidente foi amplamente criticado.

Um embate bastante tenso que precisou repetidamente da interferência da mediadora, a jornalista Candy Crowley, da emissora CNN, que advertiu tanto o republicano quanto o democrata.

Primeiro debate

O primeiro debate da eleição presidencial dos EUA realizado, em Denver, no Colorado, no dia 3 de outubro, destacou muitas divergências entre as propostas de Obama e Romney, principalmente em relação a redução dos impostos e custos da saúde.

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  • Arte UOL

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Enquanto Romney dedicou grande parte de seu tempo para criticar duramente a gestão de Obama, o presidente investiu em julgar os planos de governo de seu adversário republicano. Ambos, no entanto, abusaram dos números, estratégia que pode deixar os eleitores ainda mais confusos em entender as propostas democratas e republicanas.

Romney falou sobre seu plano de criar empregos ajudando os pequenos negócios e, em um momento mais duro, acusou o presidente de prejudicar a economia. "Estou preocupado que o caminho que estamos seguindo seja infrutífero", disse Romney, em seus comentários iniciais, prometendo: "vou restaurar a vitalidade que fará a América voltar a funcionar".

O candidato republicano ironizou seu adversário de voltar atrás em seu plano de cortes amplos de impostos. "Bem, nos últimos 18 meses, ele defende este plano tarifário e agora, cinco semanas antes das eleições, ele diz que esta sua ideia audaciosa 'não tem importância'", disse Obama, depois que Romney negou que seus planos aumentariam o déficit do orçamento americano. (Com agências internacionais)