Greve de fome de advogada iraniana presa em Teerã preocupa chefe da ONU
Do UOL, em São Paulo
04/12/2012 11h48
A alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay, disse estar "extremamente preocupada" com a saúde da advogada e ativista iraniana Nasrin Sotoudeh, 49. Detida na prisão de Evin, em Teerã, Nasrin está há sete semanas em greve de fome.
Segundo informações da família, a advogada perdeu muito peso nos últimos dias e sua pressão sanguínea está abaixo do normal. Para o governo, o estado de saúde da ativista não inspira cuidados.
Nasrin foi condenada em janeiro de 2011 a 11 anos de prisão, assim como a 20 anos de proibição de exercer sua profissão de advogada e a abandonar o Irã, por "ações contra a segurança nacional, propaganda contra o regime e pertencimento ao Centro de Defensores dos Direitos Humanos" iraniano, fundado pela prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi.
O advogado Mohammad Hassan Asfari declarou no domingo que uma comissão parlamentar seria formada para visitar Nasrin na prisão e checar em que condições ela vem sendo mantida presa.
"Se as histórias contadas por Sotoudeh forem reais, vamos exigir explicações da Justiça", disse Asfari.
A advogada começou a greve de fome depois que sua filha de 12 anos foi impedida de viajar, em junho, para visitá-la na prisão.
Em sua carreira como advogada, Nasrin trabalhou defendendo jornalistas e ativistas de direitos humanos. Este ano ela ganhou o prêmio Sakharov, considerado o Nobel da Paz europeu, ao lado do cineasta iraniano Jafar Panahi. As informações são da BBC.