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Com a sua saída do comando da Igreja Católica, anel do papa Bento 16 será destruído

Anel do papa Bento 16 traz a imagem de São Pedro e a inscrição em latim Benedictus XVI - Stefano Rellandini-14.set.2012/Reuters
Anel do papa Bento 16 traz a imagem de São Pedro e a inscrição em latim Benedictus XVI Imagem: Stefano Rellandini-14.set.2012/Reuters

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

28/02/2013 06h00

Com a saída oficial do papa Bento 16 do comando da Igreja Católica nesta quinta-feira (28), o anel de ouro que ele usa na mão direita como símbolo do seu pontificado será destruído. 

O costume é levado a cabo toda vez que um pontífice morre para indicar o fim da sua autoridade. A sua destruição também está prevista na Constituição Apostólica, “Universis Dominici Gregis”. Embora Bento 16 tenha renunciado ao cargo, o Vaticano decidiu manter a tradição. Assim, em uma cerimônia com os cardeais presentes, o anel deverá ser esmagado com um martelo.
 
A informação sobre o que será feito com o anel foi confirmada na última terça-feira pelo Vaticano. O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, também já havia dito dias antes que “os objetos relacionados ao ministério de Pedro têm que ser destruídos”.
 
Na torcida para que o anel papal fosse preservado estava o joalheiro italiano Claudio Franchi, que criou a peça há quase oito anos para Joseph Ratzinger, quando este assumiu o posto. "É uma joia com grande carga simbólica", afirmou à agência de notícias AFP.
 

Leia mais sobre a renúncia

  • Filippo Monteforte/AFP

    Raio atinge a basílica de São Pedro no mesmo dia em que Bento 16 anunciou a renúncia

Anel do Pescador

 
Sinal de subserviência à Igreja, a joia é chamada de Anel do Pescador, numa alusão a São Pedro, que era pescador e foi o primeiro papa católico. Os apóstolos, por sua vez, eram vistos como "pescadores de homens".
 
Como a inscrição no anel é única para cada papa, até meados do século 19, ele era usado para lacrar documentos oficiais assinados pelo pontífice, que o pressionava contra a cera derretida. Para evitar qualquer falsificação, veio o costume de destruir o anel após a morte.
 
Segundo Valeriano dos Santos Costa, diretor da faculdade de teologia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), o papa é quem escolhe como será o seu anel e que inscrição carregará.
 
No caso do papa Bento 16, ele foi o primeiro desde o século 19 que encomendou o anel com a imagem talhada do apóstolo Pedro. O do seu antecessor, João Paulo 2º, tinha apenas uma cruz.