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Jornais italianos dizem que conclave começará no dia 11 de março; Vaticano ainda não confirma a data

Do UOL, em São Paulo

04/03/2013 07h02

Ainda que o Vaticano não tenha oficializado a data de início do conclave, os jornais italianos apontam que a eleição do novo papa deva começar no dia 11 de março. As reuniões preparatórias para o processo eleitoral foram iniciadas nesta segunda-feira (4). Mas, segundo o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, o cronograma não será divulgado logo no primeiro encontro.

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Uma carta de convocação foi enviada na última sexta-feira (1º) aos 115 cardeais eleitores, sendo cinco deles brasileiros. São aptos a votar no sucessor de Bento 16 os religiosos que têm menos de 80 anos. Podem faltar apenas aqueles que justificarem a ausência ao Vaticano.

As congregações de cardeais vão durar até que todos os eleitores cheguem ao Vaticano. Só então, a Cúpula da Igreja -- presidida pelo cardeal camerlengo, Tarcisio Bertone,-- vai decidir oficialmente que dia irá começar o conclave.

Antes de oficializar a renúncia, Bento 16 autorizou a antecipação da eleição ao publicar um decreto chamado de motu próprio (por iniciativa própria). Tradicionalmente o Vaticano determina que o conclave comece no período de 15 a 20 dias, depois do início da sé vacante --expressão que representa que o lugar do papa está vago. Mas, no documento, o atual papa emérito permite que a escolha do novo pontífice comece assim que todos os cardeais estejam em Roma.

Não há prazo definido para o período de conclusão do conclave. A eleição do novo papa só ocorre se um dos candidatos conquistar dois terços dos votos. É possível realizar até 33 eleições. Caso não ocorra consenso, após esse número, é feita a eleição entre os dois mais votados.

A renúncia

O papa Bento 16 anunciou a sua renúncia no dia 11 de fevereiro durante encontro de cardeais no Vaticano. Ao justificar a sua decisão, o pontífice de 85 anos alegou estar cansado e com a saúde frágil por conta da idade avançada. O Vaticano negou, porém, que ele tenha alguma doença. É a primeira vez em quase 600 anos que um papa renuncia ao seu pontificado.

O jornal "O Estado de S.Paulo" chegou a apontar uma disputa interna de poder praticada por ex-aliados nos últimos meses como uma das razões para a saída do pontífice. 

Já o jornal italiano "La Reppublica" relacionou a renúncia a um relatório, entregue a Bento 16 em dezembro passado, que investigou as suspeitas de corrupção e escândalos sexuais dentro da Igreja. O Vaticano reconheceu a existência do documento, mas descartou qualquer ligação.

Ao deixar o pontificado, o cargo ficará vago até a eleição do próximo papa. A expectativa é que o conclave de cardeais eleja um novo pontífice ainda em março, antes da Páscoa.