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Papa deve substituir número dois do Vaticano por argentino, diz jornal

Do UOL, em São Paulo

20/03/2013 14h03

O papa Francisco deve começar a reforma na Santa Sé logo após a Páscoa com a substituição do secretário de Estado, Tarcísio Bertone, segundo posto na hierarquia do Vaticano. Foi o que apontou o jornal italiano "La Stampa", em uma reportagem publicada nesta quarta-feira (20).

"Fontes confiáveis" de dentro do Vaticano, segundo o periódico, indicam a intenção do papa em agilizar a escolha de seu "colega de trabalho" mais direto.  O substituto de Bertone, que, mesmo em meio a controversas e divisões com o escândalo de vazamento de informações confidenciais --chamado Valileaks--, atuou diretamente com Bento 16, ainda não é certo.

A Secretaria de Estado é o órgão mais próximo ao papa e, atualmente, é subdividida em duas seções: Assuntos Gerais e Relações com os Estados. 

Ainda assim o "La Stampa" arrisca apontar um membro do serviço diplomático argentino, cujo nome não foi divulgado, como principal candidato. E descarta ainda a possibilidade da promoção do atual vice-secretário de Estado, Celestino Migliore.

Como outros possíveis candidatos, o jornal cita arcebispo Piero Parolin, núncio apostólico para a Venezuela, o arcebispo Celestino Migliore. Ambos, como apontou a reportagem, estão muito próximos ao decano do Colégio de Cardeais, Angelo Sodano, que foi por muitos anos secretário de Estado de João Paulo 2º e por um determinado período de Bento 16.

A vasta lista também inclui Luigi Ventura (núncio da França), Giacomo Guido Ottonello (arcebispo italiano) e Lorenzo Baldisseri (ex-núncio no Brasil e Secretário do Colégio dos Cardeais no Conclave).

Perfil do novo papa 

Primeiro papa latino-americano da história da Igreja Católica, Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, em 17 de dezembro de 1936.

Foi ordenado sacerdote em 13 de setembro de 1969. O jesuíta foi nomeado bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires pelo papa João Paulo 2º em 20 de maio de 1992. No mesmo ano, ele foi confirmado como bispo titular da capital argentina em 27 de junho.

Na Argentina, Bergoglio é conhecido pelo conservadorismo e pela batalha contra o kirchnerismo. O prelado também é reconhecido por ser um intenso defensor da ajuda aos pobres.

O argentino costuma apoiar programas sociais e desafiar publicamente políticas de livre mercado.

Bergoglio é considerado um ortodoxo conservador em assuntos relacionados à sexualidade, se opondo firmemente contra o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o uso de métodos contraceptivos.

Em 2010, entrou em controvérsia pública com a presidente Cristina Kirchener ao afirmar que a adoção feita por casais gays provocaria discriminação contra as crianças.