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"EUA não respeitam a Venezuela", diz Nicolás Maduro ao 'Le Monde'

Do UOL, em São Paulo

02/05/2013 11h06

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou, em entrevista ao jornal francês 'Le Monde', que os Estados Unidos não respeitam a Venezuela e que o presidente americano Barack Obama não é diferente de seu antecessor, George W. Bush.  

“Os Estados Unidos não nos respeitam”, disse o presidente venezuelano na entrevista que o 'Le Monde' considera como a primeira concedida pelo presidente a um meio de comunicação estrangeiro desde sua eleição. Para Maduro, há um grupo ultraconservador e terrorista que escapa do controle de Washington.

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Além disso, o presidente também disse que os Estados Unidos “são governados por um aparato militar-industrial, mediático e financeiro”, que Obama “sorri, mas bombardeia” e somente tem uma imagem diferente de Bush.

No último dia 5 de março, horas antes do anúncio da morte de Hugo Chávez, a Venezuela expulsou dois adidos aeronáuticos da embaixada dos Estados Unidos, Deblin Costal e David Delmonico, por fazer contatos não autorizados com oficiais das Forças Armadas venezuelanas.

Oposição

Internamente, Maduro disse que a oposição venezuelana está dominada pela extrema-direita, que tenta “destruir a democracia na Venezuela e impor um projeto totalitário”.

Ele acusa este grupo de ter cooptado a social-democracia e a democracia-cristã em seu país.

Para Maduro, é preciso que o governo garanta a democracia para “impedir na Venezuela o surgimento de um novo Pinochet”.

O presidente venezuelano justificou sua curta vantagem eleitoral em relação ao seu adversário, Henrique Capriles, na eleição do último dia 14 de abril, porque sua candidatura “partiu do zero” depois da morte de Hugo Chávez.

“Nós, chavistas, ganhamos 17 das 18 eleições dos últimos 14 anos e tivemos dificuldades no mês passado porque estávamos sem o comandante Chávez”, disse.

Parceiros

O presidente venezuelano afirmou que os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) devem ser os principais aliados da Venezuela.

Segundo Maduro, os Brics são hoje “a esperança que representou a Europa” antes de “deixar-se dominar pelas políticas dos Estados Unidos”.

Amizades com ditadores

Maduro justificou as boas relações da Venezuela com governos considerados ditatoriais como o da Líbia de Gaddafi, da Síria de Assad, de Belarua de Lukashenko e do Irã de Ahmadinejad, dizendo que seu país acredita tem “um mundo sem impérios”.

“Por um lado, há um mundo imperial, unipolar. Por outro, surge um mundo multipolar, multicêntrico, em equilíbrio, que representa a continuação da visão de nosso libertador Simón Bolívar”, afirmou. (Com Efe)