Topo

Autoridades do Iêmen negam que criança tenha morrido em lua de mel, diz jornal

Do UOL, em São Paulo

10/09/2013 18h01

Autoridades iemenitas e jornalistas afirmam que é falsa a notícia de que uma menina de oito anos de idade morreu durante a lua de mel com o marido de 40 anos.

As informações divulgadas pelo “Huffington Post” reproduzem uma matéria publicada no site "Gulf News" de Dubai (Emirados Árabes Unidos). O texto afirma que Mosleh Al Azzani, diretor de investigação do distrito de Hardh, onde teria ocorrido o fato, conversou por telefone com a reportagem do portal e negou as informações.

"Quando ouvi os rumores, liguei para o pai da menina. Ele veio até aqui com ela e negou o casamento e a morte da filha. Tenho as fotos da menina e posso mostrá-las a qualquer pessoa", disse Azzani.

O portal "Gulf News" cita ainda um jornalista e ativista dos direitos das crianças que atua na capital Sanaa que afirma não acreditar na história depois de tê-la investigado. “Algumas pessoas criam essas histórias para obter publicidade e atenção e ajuda de organizações internacionais", disse o ativista Ahmad Al Qurishi.

O repórter que noticiou o caso, no entanto, insiste que a história é real com base em relatos de vizinhos do suposto casal.

Ainda segundo o “Huffington Post”, em 2010 o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e um grupo local de direitos humanos denunciaram a morte de uma menina de 13 anos poucos dias após o casamento forçado. A ONU estima que, no Iêmen, uma em cada três meninas se casa antes de completar 18 anos, geralmente com homens muito mais velhos que oferecem socorro financeiro às famílias.

Os relatos de que a menina de oito anos teria morrido devido a ferimentos no útero após a lua de mel foram reproduzidos por jornais e agências de notícias do mundo todo. De acordo com o jornal alemão "Der Tagesspiegel", a garota teria sido vendida pelo padrasto a um saudita pelo equivalente a R$ 6.000.