Jornalista do 'Clarín' diz ter sido ameaçada com tesoura em hospital onde está Cristina
A jornalista argentina Sandra Borghi, do grupo Clarín, afirma ter sido ameaçada com uma tesoura por uma simpatizante de Cristina Kirchner, em frente ao hospital Fundação Favaloro, em Buenos Aires, onde a presidente argentina se recupera de uma cirurgia.
A confusão começou quando o porta-voz da Presidência, Alfredo Scoccimarro, terminou de ler o comunicado no qual afirmava que Cristina estava bem --com um edema cerebral causado por um traumatismo craniano após uma queda em agosto, Cristina foi submetida na terça-feira (8) a uma cirurgia para drenagem do coágulo. Sandra, que fazia uma passagem para a TV, começou a ser insultada por militantes que faziam vigília na porta do hospital.
“Solta o microfone! Você não tem vergonha de trabalhar para o 'Clarín'?”, gritavam. O "Clarín" faz parte do grupo de mídia mais influente da Argentina e é também o maior opositor ao governo. Sandra, no entanto, encarou a situação com naturalidade, pois já havia sido insultada na terça-feira (8). Foi quando um colega jornalista se “empalideceu”, segundo ela, ao ver que uma mulher corria para ela com uma tesoura na mão.
A polícia foi chamada, e a jornalista foi escoltada até um veículo, onde passou cerca de 40 minutos até que a tensão fosse controlada. “Foi uma coisa terrível. Trabalho há 15 anos na rua e nunca vivi algo assim. Fui levada pela polícia escondida, como uma criminosa", disse.
Cristina e "Clarín" travam uma batalha judicial por conta das tentativas do governo argentino de controlar a imprensa. Aprovada em 2009, a controversa LSCA (Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual), conhecida como Lei de Meios, limita as licenças e a abrangência dos meios de comunicação no país com o argumento de acabar com o monopólio. A questão deverá ser julgada em breve pela Suprema Corte argentina.
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