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Soldado condenado por vazar dados ao WikiLeks diz que não é pacifista

Montagem mostra o soldado Bradley Manning usando batom e peruca e de uniforme militar - Montagem/Arquivo/Exército dos EUA
Montagem mostra o soldado Bradley Manning usando batom e peruca e de uniforme militar Imagem: Montagem/Arquivo/Exército dos EUA

Do UOL, em São Paulo

09/10/2013 16h04

Em sua primeira declaração pública desde que foi condenado a 35 anos de prisão por vazar documentos secretos dos EUA, o ex-soldado Bradley Manning afirmou que, ao contrário do que está sendo mostrado, não é um pacifista.

Manning, que prefere ser chamado de Chelsea e já disse publicamente se sentir como uma mulher, repassou informações secretas americanas ao site WikiLeaks e foi condenado por espionagem e roubo de dados do governo.

Em uma declaração publicada pelo jornal britânico "The Guardian", o ex-soldado disse que não foi o pacifismo a motivação que o levou a vazar documentos ao WikiLeaks, mas a vontade de mostrar que o povo americano precisa ser mais bem informado.

"Sinto que o público não pode decidir quais ações e políticas são ou não justificáveis se ele não conhece nem os detalhes mais rudimentares sobre elas e seus efeitos", afirmou.

Na declaração, Manning se mostrou preocupado com o que chamou de "desconexão substancial" entre o que ele está passando dentro da prisão militar de Fort Leavenworth e as mensagens sobre ele que estão surgindo ao redor do mundo sem seu conhecimento ou aprovação.

No mês passado, Manning recebeu o Prêmio Sean MacBride da Paz em reconhecimento a seu "trabalho extraordinário pela paz ao revelar ao mundo os crimes de guerra dos Estados Unidos". Como estava preso, o prêmio foi recebido por Ann Wright, uma coronel aposentada do Exército americano que trabalha como ativista e se opôs à guerra do Iraque.

Manning afirmou que não sabia que havia ganhado o prêmio e muito menos o aceitou, e só ficou sabendo quando recebeu cartas na prisão com o discurso de Ann Wright, que louvou o pacifismo do ex-soldado.

Para Manning, muitos dos documentos vazados poderiam até servir para justificar uma intervenção militar.

O ex-soldado assina o documento como Bradley Manning como exigência das Forças Armadas, já que se encontra preso em uma penitenciária militar. No entanto, agradece a todos que se referem a ele como Chelsea.