Rússia acusa Ocidente de não reagir diante de "mau exemplo" da Ucrânia
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou nesta quarta-feira (5) o Ocidente de não ter reagido a tempo diante da ação da Ucrânia "contra o poder legítimo", o que segundo o chanceler representa um "mau exemplo muito contagioso".
Lavrov fez as declarações em entrevista coletiva realizada em Madri após se reunir com o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo.
Segundo ele, seu país não vai permitir ações violentas ou "atentados" contra os russos que vivem na Ucrânia.
"Não vamos permitir um derramamento de sangue, não vamos permitir atentados contra a vida e a saúde daqueles que vivem na Ucrânia, e também dos cidadãos russos que vivem na Ucrânia", afirmou Lavrov em Madri após uma reunião com o colega espanhol, José Manuel García-Margallo.
Ao ser questionado se Moscou negociaria uma retirada das forças pró-Moscou na península da Crimeia, o chanceler foi enfático.
"Eu gostaria que explicassem o que são as forças pró-Rússia: se são as forças de autodefesa criadas pelos habitantes da Crimeia, nós não temos nenhuma autoridade sobre elas. Não recebem nossas ordens".
"Os militares russos da frota do mar Negro estão em suas posições de destino e adotaram medidas de alerta especial e controle de toda a frota", completou.
Depois de mais de três meses de crise política na ex-república soviética que resultaram na destituição do presidente Viktor Yanukovitch, a tomada de controle da maior parte da Crimeia por forças russas provocou tensões inéditas entre Moscou e os países ocidentais desde o fim da União Soviética.
Respeito a acordo
Lavrov exigiu respeito ao acordo assinado em 21 de fevereiro pelo então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, e a oposição.
E insistiu que o acordo é a saída para a situação atual e é preciso ser "honesto" com os seus termos.
Já García-Margallo afirmou que "é o momento da diplomacia, do diálogo e das conversas" para superar a crise da Ucrânia.
Lavrov se encontra em Madri desde a terça-feira (4), quando se reuniu com a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, com o rei Juan Carlos e o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy. (Com agências internacionais)
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