Para aumentar natalidade, Japão faz festas para solteiros se conhecerem
Do UOL, em São Paulo
23/03/2014 06h00
Um dos países que mais rápido envelhecem no mundo, o Japão tenta incentivar solteiros a se conhecerem e, quem sabe, ter um ou mais bebês (e o mais rápido possível!).
Com sua população reduzida em 244 mil pessoas somente em 2013, o país patrocina eventos para aqueles que procuram um par, em uma tentativa desesperada de incrementar a taxa de natalidade, que caiu à metade nos últimos 60 anos.
Esses encontros para apresentar jovens solteiros, em ambientes românticos, estão se tornando comuns em locais como Kochi, situada na área rural, a cerca de 800 quilômetros de Tóquio.
Funcionários da prefeitura oferecem bolo, café e música romântica tocada em um piano, ao vivo, para inspirar possíveis novos casais.
"Agora é a última chance de tomar medidas a respeito deste problema. Estou profundamente preocupado se jovens trabalhadores serão capazes de assumir tamanho fardo no futuro", disse o governador de Kochi, Masanao Ozaki.
Em Tóquio, Sayaka Inoue, 28, que trabalha em um escritório, já participou, nos últimos dois anos, de três “machikon” --festas promovidas para solteiros e frequentadas por centenas de pessoas. O objetivo dela é se casar até os 30.
“Eu sinto que preciso sair e encontrar oportunidades para conhecer pessoas”, diz Inoue. “É realmente difícil achar alguém quando se chega a minha idade”, afirma a jovem.
O premiê do Japão, Shinzo Abe, disponibilizou mais 3 bilhões de ienes (cerca de R$ 68 milhões) ao orçamento deste ano para programas direcionados ao aumento do nascimento de japoneses. O governo vê no apoio ao casamento e na ajuda aos jovens a terem uma vida mais estável as chances de reverter o decrescimento da população.
Dados oficiais referentes ao ano passado mostram que o número de nascidos no país caiu para 1,03 milhão, o mais baixo índice desde o início dos registros, em 1899.
O prognóstico para o Japão é perder um terço de sua população nos próximos 50 anos se as tendências atuais se mantiverem. Como consequência, os custos da previdência social devem aumentar para 24,4% do PIB até março de 2026. (Com Business Insider)