Ultradireitista francês sugere que ebola resolva imigração ilegal
Do UOL, em São Paulo
21/05/2014 11h13Atualizada em 21/05/2014 11h26
O líder ultradireitista francês Jean-Marie Le Pen, criador do partido Frente Nacional, sugeriu que o vírus ebola, altamente letal, poderia resolver o problema da explosão populacional mundial e, por extensão, da imigração ilegal para a Europa.
As declarações foram feitas em um evento eleitoral na noite de terça-feira (20) na cidade de Marselha. Le Pen, 85, é candidato ao Parlamento Europeu, que acontecem entre 22 e 25 de maio. Ele estava acompanhado de sua filha, Marine, hoje presidente da FN.
"Em nosso país, e em toda a Europa, conhecemos um fenômeno cataclísmico -- uma invasão migratória, meus amigos, de que estamos vendo apenas o começo", afirmou ainda Le Pen, dizendo temer que a população francesa seja "substituída por imigrantes".
Segundo ele, a religião é um fator que agrava o problema, uma vez que muitos imigrantes são muçulmanos e o islã "tem uma vocação dominadora, ainda mais quando eles se sentem fortes e numerosos".
Milhares de imigrantes africanos tentam cruzar o Mediterrâneo em direção à Europa em embarcações lotadas e precárias. Muitos morrem na travessia.A Itália é um dos países da Europa que mais recebe embarcações com imigrantes vindos dos países da África, principalmente da Líbia.
Em 2014, chegaram à Itália via mar mais de 25 mil imigrantes, mais da metade do contingente do ano de 2013 inteiro, que recebeu 43 mil pessoas nestas condições. No final de abril o diretor central de Imigração e da polícia de Fronteira italiana, Giovanni Pinto, declarou que o sistema de acolhimento de imigrantes na Itália estaria em colapso e não teria mais vagas.
Um surto de ebola iniciado em abril no oeste da África já provocou centenas de mortes, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).
A doença provocada pelo vírus ebola causa febre alta, hemorragia interna e sangramentos externos. A doença não tem cura, não há vacina e o índice de óbitos por infecção é extremamente elevado.
Surtos de ebola são raros no oeste África, sendo mais comuns nas regiões central e leste do continente.
(Com agências internacionais e "The Guardian")