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Ex de Amanda Knox entra com recurso contra condenação por assassinato

O italiano Raffaele Sollecito, condenado ao lado de sua então namorada Amanda Knox pelo assassinato da britânica Meredith Kercher apresentou um recurso no Tribunal de Cassação contra sua condenação - Filippo Monteforte/AFP
O italiano Raffaele Sollecito, condenado ao lado de sua então namorada Amanda Knox pelo assassinato da britânica Meredith Kercher apresentou um recurso no Tribunal de Cassação contra sua condenação Imagem: Filippo Monteforte/AFP

Do UOL, em São Paulo

01/07/2014 17h14

O italiano Raffaele Sollecito, condenado ao lado de sua então namorada Amanda Knox pelo assassinato da britânica Meredith Kercher, apresentou um recurso no Tribunal de Cassação da Itália contra sua condenação. Ele alega que não se lembra se passou a noite inteira do crime com Amanda, o que havia servido de álibi para ambos no julgamento em janeiro.

“Não sou o fiador de Amanda Knox, sou Raffaele Sollecito”, disse o italiano em uma entrevista coletiva em Roma nesta terça-feira (1º). Ele insistiu em dizer que não está mudando a sua versão da história, mas demonstrou que está se distanciando de Amanda para se defender.

Os advogados de Sollecito delinearam a tática de separá-lo da defesa de Amanda por acreditarem que muitas das evidências que a condenaram foram “usadas injustamente” contra o italiano.

Um dos exemplos usados pelos advogados de defesa foi uma mensagem de texto no celular de Amanda, enviada ao dono de um restaurante às 20h35 da noite do crime, para a reserva de uma mesa. “Isso mostra que Amanda estava fora, mas foi usado para provar a culpa tanto de Amanda e Sollecito. Por quê?”, indagou.

Ainda assim, o ex-namorado afirma que suas declarações não têm como objetivo acusar Amanda do crime. "Eu e a minha família acreditamos profundamente na inocência de Amanda".

Entenda o caso

Meredith, 21, foi encontrada morta a facadas em seu quarto no apartamento que dividia com Amanda na cidade de Perugia, na Umbria, em 2007, onde ambas estudavam. Amanda e Sollecito alegaram que estavam juntos no apartamento dele na noite do crime, um álibi que inocentaria ambos.

26.mar.2013 - Imagem de arquivo de Amanda Knox, estudante americana condenada pela morte de sua colega de quarto, Meredith Kercher, em novembro de 2007, na Itália - Alessandro Bianchi/Arquivo/Reuters - Alessandro Bianchi/Arquivo/Reuters
Imagem de arquivo de Amanda Knox, estudante americana condenada pela morte de sua colega de quarto, Meredith Kercher, em novembro de 2007
Imagem: Alessandro Bianchi/Arquivo/Reuters

Os investigadores logo apontaram Amanda e Sollecito como suspeitos, concluindo que os dois mataram a britânica em um jogo sexual que deu errado. 

Amanda e Sollecito chegaram a ser sentenciados e ficaram presos por quatro anos, mas em 2011 foram absolvidos após ser constatado que houve uma série de falhas na perícia.

No ano passado, uma decisão da Suprema Corte italiana determinou a reabertura do processo, que culminou com uma nova condenação, em janeiro.

No final de abril, após apelarem da condenação, a Corte de Apelações de Florença reiterou que Meredith Kercher foi morta com cortes na garganta causados por dois artefatos diferentes, um empunhado pela norte-americana Amanda Knox --que teria provocado a ferida fatal-- e outro por Sollecito.

Os dois foram sentenciados a 25 anos de prisão como coautores do assassinato. Um outro réu, o marfinense Rudy Guede, também foi condenado como cúmplice e cumpre pena de 16 anos.

"O ataque cometido pela britânica foi simultâneo e levado adiante pelos três envolvidos, os quais colaboraram para chegarem ao fim do que desejavam: imobilizar Meredith Kercher e violentá-la", escreveram os juízes nas motivações da sentença.  (Com Ansa e The Telegraph)