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''Hamas não nos deixa outra escolha senão expandir operação'', diz Netanyahu

Israelenses e turistas se escondem em banheiro de praia de Tel Aviv durante um ataque de foguete, feito por militantes palestinos da faixa de Gaza - Ahmad Gharabli/AFP
Israelenses e turistas se escondem em banheiro de praia de Tel Aviv durante um ataque de foguete, feito por militantes palestinos da faixa de Gaza Imagem: Ahmad Gharabli/AFP

Do UOL, em São Paulo

15/07/2014 14h31

Após a confirmação da morte do primeiro civil israelense no conflito em curso com o Hamas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça (15) que não há outra escolha senão expandir as operações militares.

Isso poderá resultar em uma invasão por terra em Gaza; cerca de 20 mil reservistas já haviam sido convocados na última semana pelo Exército do país.

Um civil israelense de 37 anos morreu no Vale de Erez, localizado entre Israel e Gaza, por um disparo de morteiro lançado do enclave. Do lado palestino, ao menos 192 mortes foram confirmadas em cerca de uma semana de conflito.

O israelense seria um voluntário que levava mantimentos para as tropas do país atravessando a fronteira entre Erez e Gaza, segundo a rede CNN.

A proposta de cessar-fogo apresentada pelo Egito durou apenas 30 minutos. Israel chegou a aceitar a proposta, mas o Hamas considerou-a uma espécie de "rendição" e prosseguiu com os disparos de foguetes. Israel, então, voltou a atacar.

De acordo com o jornal "Haaretz", o ministro da Defesa de Israel, Danny Danon, foi demitido por Netanyahu após uma reunião do gabinete de segurança.

“Israel vai ferir qualquer um que tente atingir civis israelenses”, disse mais cedo Netanyahu. “Quando não há cessar-fogo, a resposta é atirar.”

O novo conflito é o mais violento desde a operação "Pilar de Defesa", ocorrida em novembro de 2012. Na ocasião, 177 palestinos e seis israelenses foram mortos.

Mortos e feridos

A ONU estima que, entre os palestinos, mais de três quartos das vítimas sejam civis. Cerca de 1.400 palestinos ficaram feridos.

Do lado israelense, quatro ficaram feridos gravemente. 

O novo episódio de violência começou após o sequestro e assassinato de três estudantes israelenses no início de junho na Cisjordânia ocupada, crimes que Israel atribuiu ao Hamas.

Mapa Israel, Cisjordânia e Gaza - Arte/UOL - Arte/UOL
Mapa mostra localização de Israel, Cisjordânia e Gaza
Imagem: Arte/UOL

Pouco depois, um jovem palestino foi sequestrado e queimado vivo em Jerusalém por judeus de extrema-direita.

O Exército de Israel afirmou que com os ataques aéreos afetou significativamente as capacidades do Hamas, o movimento islamita palestino que controla a faixa de Gaza, um território com 1,2 milhão de habitantes e com índice de pobreza de 39% da população, segundo o FMI.

Três sobrinhos do antigo primeiro-ministro do Executivo do Hamas em Gaza, Ismael Haniyeh, morreram durante um ataque aéreo contra a casa da irmã do dirigente islamita no bairro de Sheikh Radwan.

Por sua parte, um porta-voz militar israelense disse à Agência Efe que desde esta manhã as milícias lançaram 75 foguetes, dos quais 55 caíram em áreas desabitadas e pelo menos 12 foram interceptados pelo sistema Cúpula de Ferro, enquanto o resto impactou em território de Gaza.

No entanto, estes números teriam aumentado com novos disparos esta noite contra várias povoações divisórias à Faixa, que causaram ferimentos de moderados a graves em dois menores de 11 e 13 anos perto de Be'er Sheva, considerada a capital do sul de Israel.

(Com agências internacionais)