Dispositivos antimísseis poderiam ter salvo MH17
Aviões comerciais como o Boeing 777 da Malaysia Airlines que foi abatido na quinta-feira (17) sobre a fronteira da Ucrânia com a Rússia não possuem nenhum dispositivo para despistar mísseis, de acordo com Gunther Rudzit, especialista em segurança internacional e coordenador do curso de Relações Internacionais das Faculdades Rio Branco.
A principal suspeita é de que um equipamento conhecido como BUK - conjunto de carretas com comunicação eletrônica carregado com quatro mísseis terra-ar – tenha sido usado contra o voo MH17.
“Existem dois dispositivos que podem despistar um míssil terra-ar disparado contra uma aeronave: um são os ‘flares’, que são sinalizadores que queimam a uma temperatura altíssima, desviando o foco do míssil guiado por calor da turbina do avião”, afirma Rudzit.
Outro método, usado contra mísseis guiados por radar, são os ‘chaffs’. “São milhares de pequenas folhas de alumínio que criam uma nuvem atrás do avião que confunde o míssil, fazendo com que ele exploda nesta nuvem."
De acordo com Rudzit, desde os anos de 1980, com a popularização de lançadores de mísseis guiados pelo calor do tipo Igla (disparados de um dispositivo apoiado sobre o ombro) entre diversos grupos terroristas, “já se discutiu colocar esses sistemas de proteção em aviões civis”.
“O problema é que o custo é altíssimo. Israel esteve à frente dessa discussão”, afirmou.
Tecnologia de detecção
Segundo Rudzit, os Estados Unidos usam uma série de sensores para detectar o lançamento de mísseis como o que pode ter derrubado o avião.
“O mais básico é o infravermelho, que capta calor. Um míssil desses, para alcançar essa velocidade de três vezes a velocidade do som, tem uma emissão de calor muito forte, facilmente detectada por equipamentos”, diz.
A outra forma seria usando um sistema de telemetria chamado Signal Intelligence. “Esse método detecta as ondas magnéticas emitidas pelo radar do míssil. No caso do avião, os sensores captam que um determinado radar ‘travou’ em um alvo”, afirma.
Os sensores possivelmente estariam instalados em navios no mar Negro ou em aviões militares sobrevoando a área.
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