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Sobrevivente do Holocausto está entre os 78 detidos em protestos nos EUA

Hedy Epstein, 90, é presa ao participar de protestos em St. Louis, Missouri (EUA) - Reprodução/The Independent
Hedy Epstein, 90, é presa ao participar de protestos em St. Louis, Missouri (EUA) Imagem: Reprodução/The Independent

Do UOL, em São Paulo

19/08/2014 11h07Atualizada em 19/08/2014 16h37

Uma mulher de 90 anos, sobrevivente do Holocausto, está entre os 78 manifestantes detidos em St. Louis (Missouri, EUA) de ontem para hoje quando participavam de protestos contra a morte de um jovem negro, Michael Brown, por um policial na cidade de Ferguson.

Hedy Epstein foi algemada após ser presa durante uma passeata do Kiener Plaza até o prédio onde fica o escritório do governador, Jay Nixon, de acordo com reportagem do “Independent”.  Os manifestantes reclamavam da presença da Guarda Nacional nas ruas para conter os confrontos entre civis e policiais e teriam dificultado a dispersão do protesto.

Das 78 pessoas, todas elas exceto três foram presas por se recusarem, após pedido da polícia, a se dispersarem do local da manifestação. Duas pessoas foram detidas por portarem armas e um homem, de Rockton (Illinois), foi preso por interferir no trabalho de um policial.

Na segunda-feira (18), o governador Nixon anunciou o reforço na segurança com tropas da Guarda Nacional com o objetivo de “manter a paz e a ordem” após a declaração de estado de emergência em Ferguson, no sábado.

Conhecida ativista em St. Louis, Epstein disse que participa de ações como essa desde a adolescência.

“Eu não pensava que teria de fazer isso quando tivesse 90”, afirmou. “Nós precisamos resistir hoje para que as pessoas não tenham que fazer isso quando tiverem 90.”

Os protestos começaram depois que Brown, 18, foi morto em um bairro residencial, em 9 de agosto, e ficaram mais intensos ao ser revelado que o jovem levou seis tiros do policial Darren Wilson, 28, branco, sendo duas vezes na cabeça. A conclusão é de um legista independente, contratado pela família da vítima.

O advogado dos parentes de Brown, Daryl Parks, sugeriu que ele já estava em posição de rendição quando foi morto.

O policial Wilson foi colocado em licença administrativa; um júri popular irá decidir esta semana se ele deve ser indiciado pelo crime. O jovem negro caminhava com um amigo pelo bairro quando foi baleado.

Desde então, centenas de pessoas têm saído às ruas, dia e noite, em protestos que se tornam mais e mais violentos, com saques, depredação e a polícia usando bombas de gás lacrimogêneo.

O presidente Barack Obama pediu o fim da violência e que o uso da Guarda Nacional seja limitado. O secretário de Justiça, Eric Holder, deve chegar a Ferguson nesta quarta-feira (20). (Com Independent e NBC News)