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Eslováquia começa a enviar gás para a Ucrânia após boicote russo

Do UOL, em São Paulo

02/09/2014 14h02

A Eslováquia começou nesta terça-feira (2) a enviar gás natural para a Ucrânia, que pode sofrer com desabastecimento após a Rússia interromper em junho o fornecimento devido aos conflitos no leste do país.

Ao menos um quinto das necessidades ucranianas de gás serão cobertas pela Eslováquia, que utilizou um processo conhecido como “entrega reversa”, no qual o sentido do gasoduto é invertido. Segundo autoridades locais, o sistema ainda precisa de ajustes e deve funcionar plenamente até março de 2015.

Antes do conflito com a Rússia, era a Ucrânia que fornecia gás russo para a Eslováquia.

De acordo com um porta-voz do serviço eslovaco de gás, até 27 milhões de metros cúbicos de gás serão enviados diariamente.

Hungria e Polônia também estudam fazer “entrega reversa” de gás para a Ucrânia.

Gasoduto até a China

Ao mesmo tempo, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta segunda-feira (1º) o início da construção de um gasoduto que permitirá, pela primeira vez, exportar gás russo para a China. O gasoduto, chamado "Força Siberiana" e anunciado como "o maior projeto de construção do mundo", terá 3.968 quilômetros e uma capacidade prevista de 61 bilhões de metros cúbicos.

A estrutura, que vai sair do oeste da Sibéria e irá até o extremo oriente, nas regiões de Khabarovsk e Vladivostok, custará cerca de US$ 55 bilhões.

A economia russa depende em grande parte da renda obtida com a venda de hidrocarbonetos. Atualmente as exportações de gás russo se dirigem principalmente aos países da antiga União Soviética e à União Europeia, por isso a meta agora é ganhar a Ásia --especialmente depois que a crise na Ucrânia provocou a maior tensão entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.

Moscou espera que o novo gasoduto sirva para lutar contra a recessão da economia russa, provocada pela situação na Ucrânia e pelas sanções econômicas, cada vez mais severas.

Invasão russa

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que seu país poderia "tomar Kiev [capital da Ucrânia] em duas semanas", se assim desejasse, segundo informes da mídia europeia sobre uma conversa entre o líder russo e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso. A Rússia é acusada pela Ucrânia de ter invadido territórios no leste do país.

De acordo com as agências de notícias, Putin fez a declaração a Barroso durante uma conversa por telefone em 29 de agosto, quando o presidente da Comissão Europeia atribuiu ao líder russo a responsabilidade pela ação militar dos rebeldes separatistas na Ucrânia. Putin teria interrompido Barroso para dizer: "A questão não é esta. Se eu quiser, posso tomar Kiev em duas semanas". (Com agências internacionais)