Ucrânia e Rússia anunciam acordo para se chegar ao cessar-fogo
A Ucrânia anunciou nesta quarta-feira (3) que seu presidente, Petro Poroshenko, chegou a um acordo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para implementar um "regime de cessar-fogo" no conflito de Kiev com os rebeldes pró-Rússia, mas o Kremlin negou qualquer acordo de trégua real, o que causou confusão na véspera de uma reunião de cúpula da Otan.
"As partes chegaram a um entendimento mútuo sobre as medidas que irão facilitar o estabelecimento da paz", disse um comunicado do gabinete de Poroshenko, substituindo uma declaração anterior em que falava de um "cessar-fogo permanente".
O porta-voz de Putin declarou que os líderes concordaram sobre as medidas para o caminho da paz, mas não com um cessar-fogo no conflito que já matou mais de 2.600 pessoas desde abril e provocou a pior crise nas relações entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.
"Putin e Poroshenko realmente discutiram os passos que contribuiriam para um cessar-fogo entre a milícia e as forças ucranianas. A Rússia não pode concordar fisicamente com um cessar-fogo, porque não é uma das partes do conflito", disse o porta-voz Dmitry Peskov.
Pouco antes, Peskov antecipou que os dois líderes "trocaram opiniões sobre o que é preciso fazer em primeiro lugar para pôr fim o mais rápido possível ao derramamento de sangue no sudeste da Ucrânia".
A presidência da Ucrânia afirmara mais cedo que "o resultado da conversa foi um acordo sobre um cessar-fogo permanente no Donbass (região que abrange as rebeldes regiões de Donetsk e Lugansk)", e que "se alcançou um entendimento mútuo sobre os passos a seguir que ajudarão a estabelecer a paz" na região do conflito armado.
O anúncio do acordo acontece no meio de uma bem-sucedida contra-ofensiva das milícias pró-Rússia no leste do país, que em pouco mais de uma semana recuperaram dezenas de localidades controladas pelas forças de Kiev e abriram uma terceira frente no sul da região de Donetsk.
Além disso, o acordo chega às vésperas de a União Europeia aprovar uma nova rodada de sanções contra a Rússia por causa de sua crescente intervenção na crise da Ucrânia, enquanto países vizinhos se esforçam para compensar o boicote russo ao país. (Com Agências Internacionais)
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