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"É uma mensagem de amor", diz Malala sobre o Nobel da Paz

A paquistanesa Malala faz proncunciamento após anúncio de sua escolha como Nobel da Paz, em livraria de Birmingham, na Inglaterra, onde ela vive - Rui Vieira/AP
A paquistanesa Malala faz proncunciamento após anúncio de sua escolha como Nobel da Paz, em livraria de Birmingham, na Inglaterra, onde ela vive Imagem: Rui Vieira/AP

Do UOL, em São Paulo

10/10/2014 12h45Atualizada em 10/10/2014 15h41

A adolescente paquistanesa Malala Yousakzai afirmou nesta sexta-feira (10) que receber o prêmio Nobel da Paz ao lado do ativista indiano Kailash Satyarthi é "uma mensagem de amor".

Malala disse ter recebido a notícia durante uma aula de química, em Birmingham, na Inglaterra, onde vive atualmente, e que não estava esperando ser premiada.

"Me sinto muito honrada", afirmou a mais jovem pessoa em 112 anos de história a receber a premiação. 

O prêmio, disse ela, "é precioso" e "faz-me sentir mais corajosa e mais poderosa". 

As crianças do mundo "devem brigar por seus direitos", afirmou Malala. 

"Por meio da minha história quero dizer que todos sigam o que querem ser, falem alto para que todos ouçam, que lutem pelos seus direitos", disse ainda. "Eu falo por eles [quem não é ouvido], sigo firme por eles, eles têm direitos, direito de receber uma boa educação, de não sofrer."

Malala Yousafzai convidou ainda aos primeiros-ministros da Índia e do Paquistão -- países com conflitos históricos -- a comparecem juntos à cerimônia de entrega do prêmio.

Escravidão

Satyarthi, 60, por sua vez, dedicou o prêmio às crianças escravizadas. "É uma honra para todas as crianças que ainda estão sofrendo com a escravidão, o trabalho forçado e o tráfico", disse, em declarações ao canal CNN-IBN.

Malala, 17, foi baleada na cabeça por membros do Taleban paquistanês no dia 9 de outubro de 2012 por defender a educação escolar das mulheres no país. Ela chegou a ficar em coma, mas se recuperou e passou a viver na Inglaterra, onde continua sua militância.

Em 2013, quando era cogitada para receber a homenagem, ela chegou a comentar que ainda precisava "trabalhar muito" para merecer o prêmio. Em setembro daquele ano Malala havia recebido o Prêmio Internacional pela Paz Infantil e passou a ser favorita para o Nobel da Paz.

Em nota, o Comitê do Nobel afirma atribuir o prêmio deste ano a Kailash Satyarthi e Malala Yousafzay pela luta de ambos por direitos fundamentais de jovens e crianças. "As crianças devem frequentar a escola e não ser exploradas financeiramente", afirmou o presidente do Comitê norueguês do Nobel, Thorbjoern Jagland.

Satyarthi tem liderado diferentes protestos e manifestações pacifistas na Índia, focando na exploração de crianças para ganho financeiro. Segundo o Nobel, Satyarthi também tem contribuído para o desenvolvimento de convenções internacionais sobre os direitos das crianças. (Com agências internacionais)