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Pré-candidatos republicanos prometem combate a acordo com Irã e imigração ilegal

Os pré-candidatos criticaram em peso o acordo assinado com o Irã em julho e a imigração ilegal; o polêmico Donald Trump, no entanto, foi atacado por outros membros do partido, acusado de falta de coerência - Andrew Harnik/AP
Os pré-candidatos criticaram em peso o acordo assinado com o Irã em julho e a imigração ilegal; o polêmico Donald Trump, no entanto, foi atacado por outros membros do partido, acusado de falta de coerência Imagem: Andrew Harnik/AP

Do UOL, em São Paulo

07/08/2015 01h27Atualizada em 07/08/2015 01h44

No primeiro debate entre pré-candidatos do Partido Republicano à Casa Branca, realizado nesta quinta-feira (6) em Cleveland,  os 17 presidenciáveis se opuseram em bloco ao acordo nuclear assinado com o Irã em julho deste ano,  e prometeram pôr fim ao pacto imediatamente, caso cheguem à Presidência dos EUA.

Tanto no debate principal, com os dez candidatos mais populares, como no dos sete menos bem posicionados nas enquetes, o assunto do acordo nuclear com o Irã quase não provocou discussão, já que todos se opõem sem rodeios ao pacto.

"O Irã não é um lugar no qual deveríamos negociar. Em meu primeiro dia na Casa Branca eu poria fim ao acordo nuclear, pediria ao Congresso mais sanções e convenceria nossos aliados a fazer o mesmo", disse Scott Walter, governador de Winsconsin e terceiro colocado nas pesquisas.

"Este acordo é ruim em relação ao Irã e também em relação ao Estado Islâmico. Tudo está conectado. É um exemplo da política fracassada de Obama", acrescentou Walter no debate principal, transmitido pela emissora "Fox" em horário nobre.

A única ressalva foi feita pelo senador por Kentucky e político libertário, Rand Paul: "Não acredito que o presidente Obama negociasse de uma posição de força, mas eu não me recuso a negociar, o que aconteceu com ele é que ofereceu muito e em muito pouco tempo".

Imigração ilegal

Os pré-candidatos republicanos prometeram  ainda proteger a fronteira e reduzir a imigração ilegal. Os dez melhores posicionados nas pesquisas advertiram que o povo americano está frustrado e irritado com a ineficiência do sistema migratório.

Jeb Bush, ex-governador da Flórida e cuja esposa é mexicana, enviou uma mensagem aos imigrantes ilegais: "o próximo presidente americano deve proteger a fronteira", mas para solucionar "o problema de uma vez por todas" os imigrantes sem documentos precisam ter "um caminho para obter o status legal, mas sem anistia".

O magnata Donald Trump, conhecido por suas polêmicas críticas ao sistema migratório, reafirmou sua promessa de construir um muro entre México e Estados Unidos para deter o fluxo de imigrantes ilegais. "Precisamos construir um muro e isto deve ser feito rapidamente", disse Trump, que defendeu a deportação de 11 milhões de pessoas vivem ilegalmente nos Estados Unidos.

"Não me importo em ter uma porta bela e grande neste muro para que as pessoas possam entrar legalmente, mas precisamos construir o muro, manter os ilegais fora", disse Trump, que ainda reiterou que as autoridades mexicanas, "mais espertas e astutas que nossos governantes estúpidos" enviam criminosos para os EUA "para se livrarem do problema".

Candidato celebridade 

Trump já havia causado polêmica no início do debate, ao admitir uma candidatura independente caso não receba a indicação do partido.

O magnata já tinha sido o principal alvo dos outros sete pré-candidatos republicanos, que participaram de um debate vespertino entre os menos "ranqueados" nas pesquisas.

No evento prévio ao debate principal, Carly Fiorina, ex-presidente do grupo Hewllet-Packard, disse que Trump lidera as pesquisas porque "explora a raiva" que os eleitores sentem dos políticos, mas é alguém que não sustenta a própria opinião.

"Mudou de opinião sobre a anistia (aos imigrantes ilegais), seguro de saúde e aborto. Gostaria de saber sobre que princípios vai governar" - questionou.

O ex-governador do Texas, Rick Perry, acusou Trump de não ter credenciais conservadoras, recordando que há uma década o magnata apoiava um sistema universal de saúde, algo execrado pelos republicanos. (Com agências internacionais)