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Tempestade Jonas provoca ao menos 19 mortes nos EUA

Do UOL, em São Paulo

24/01/2016 00h57

A grande tempestade de neve e os fortes ventos que paralisam a costa leste dos Estados Unidos desde a sexta-feira já provocaram a morte de pelo menos 18 pessoas, deixando dezenas de feridos, além de dez estados e a capital do país, Washington, terem declarado estado de emergência.

Doze mortes ocorreram em acidentes nas estradas, devido às perigosas condições provocadas pela neve, o gelo, os fortes ventos e a pouca visibilidade. Outras duas foram vítimas de hipotermia e quatro morreram ao tentar retirar a neve, uma tarefa que requer um grande esforço físico, possivelmente por ataque cardíaco.

A Carolina do Norte registrou o maior número de mortos até o momento (6), de acordo com o último balanço divulgado pelas autoridades, seguida de Nova York (3), Virgínia (3), Tennessee (2), Kentucky (2), Ohio (1) e Maryland (1).

Entre as vítimas está uma criança de 4 anos, que morreu após um acidente com o veículo de emergência em que ele e sua família viajavam após terem sido resgatados em uma estrada interestadual da Carolina do Norte. Em Ohio, um jovem morreu após ter sido atingido por uma máquina de remover neve enquanto brincava.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, comunicou a morte de três pessoas na cidade ao tentarem retirar a neve, possivelmente por ataques cardíacos. Em entrevista à emissora "ABC", ele pediu aos nova-iorquinos que realizem a tarefa com cuidado e, se possível, peçam a ajuda de outras pessoas.

A tempestade já é a terceira com maior acumulação de neve em Nova York desde que se tem registro. Espera-se que ela alcance e inclusive supere o recorde de 76 centímetros de neve.

A capital dos EUA, Washington, viveu a pior fase da tempestade na tarde de hoje, com ventos fortes, visibilidade quase nula, grandes acumulações de neve e temperaturas de -20ºC durante a noite.

Dezenas de pessoas ficaram mais de 12 horas presas em uma estrada de Kentucky, mesma situação vivida por outros grupos que tentavam viajar na Pensilvânia e na Virgínia Ocidental.

Infraestrutura afetada

Outra das consequências mais temida da tempestade são os cortes do fornecimento de energia, que até agora afetaram, sobretudo, a Carolina do Norte, onde cerca de 150 mil pessoas ficaram sem luz.

As viagens aéreas também foram muito afetadas pelo fenômeno climático, com 3.668 voos cancelados ontem. 5.001 hoje e 2.300 amanhã, de acordo com o site "FlightAware".

A tempestade afetará 85 milhões de pessoas. As autoridades pediram que 33 milhões de moradores das regiões mais ameaçadas evitem sair de casa para não provocar novos incidentes.

A circulação de veículos em Nova York foi proibida a partir das 14h30 local e foi programada para ser restabelecida na manhã de domingo. O governador de NY, Andrew Cuomo, explicou que a medida valeria para Long Island, se estendendo também para o leste da ilha de Manhattan. Cuomo também explicou que as pontes e túneis que ligam o continente à ilha de Manhattan ficarão fechadas a partir do horário da proibição de tráfego, o que já foi coordenado com o estado vizinho de Nova Jersey.

Além das medidas viárias, haverá restrição ao funcionamento do metrô, que transporta diariamente cerca de seis milhões de passageiros. As linhas que não são subterrâneas serão interrompidas, enquanto o prefeito de Nova York apelava a restaurantes e casas de show para cancelarem as atividades, mandando "para casa" clientes e funcionários.

Não foi determinado um prazo para que se encerre a proibição do tráfego na cidade. A princípio, nas primeiras horas de domingo, os piores efeitos da tempestade já terão passado, segundo as previsões meteorológicas.

Durante o dia, milhares de veículos bloqueados em uma estrada no Estado de Kentucky. Forças de resgate tiveram de levar água, combustível e comida para as pessoas presas em seus carros na estrada interestadual 75. Após o episódio, o tráfego foi bloqueado. Segundo a rede CNN, a fila de carros se estendia por mais de 35 km.

Casos semelhante ocorreram em estradas da Pensilvânia e em uma da Virgínia Ocidental. (Com Efe)