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Atentados em Homs e Damasco matam cerca de 150 pessoas na Síria

Do UOL, em São Paulo

21/02/2016 15h47Atualizada em 21/02/2016 23h02

Cerca de 150 pessoas morreram em ataques a bomba nas cidades de Damasco e Homs, na Síria, neste domingo (21). Na capital do país, o Estado Islâmico assumiu a autoria de três ataques a bomba que mataram mais de 96 pessoas em um reduto xiita; em Homs, dois carros-bomba atingiram um distrito governamental e deixaram ao menos 59 mortos.

A agência estatal de notícias Sana divulgou informações iniciais sobre três explosões em um reduto do governo no bairro de Sayyida Zeinab, em Damasco, nas proximidades de uma das principais mesquitas xiitas. A agência Aamaq, afiliada ao EI, informou que dois terroristas detonaram um carro bomba antes de se explodirem. Moradores próximos ao local disseram que o templo xiita não foi atingido.

Em Homs, duas explosões de carros-bomba mataram dezenas no distrito de Zahraa, onde vivem muitos membros do governo do presidente Bashar al-Assad. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos informou que o número de mortos é de pelo menos 59.

Homs foi um dos primeiros focos da guerra civil contra Assad, iniciada há cinco anos. A maior parte da cidade foi retomada pelas tropas do regime de Damasco, através de combates e de retiradas negociadas com os insurgentes.

O local é alvo constante de ataques da organização extremista "Estado Islâmico" (EI) e da Frente al-Nusra, afiliada à Al Qaeda.

Combates no terreno

Em outras regiões do país, continuavam os combates. Na estratégica província de Aleppo (norte), as tropas do regime conseguiram avançar graças a uma ofensiva lançada no início de fevereiro com o apoio da aviação russa e do Hezbollah libanês.

Ao menos 50 jihadistas do grupo Estado Islâmico morreram nos combates com o Exército sírio no leste da província e em bombardeios russos, segundo o OSDH.

Além da Rússia, a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos também esta envolvida no conflito e bombardeia o EI desde 2014. E há uma semana, a Turquia lança ataques aéreos contra as forças curdas sírias perto de sua fronteira.

Esta situação muito complexa dificulta a aplicação de um acordo que seja aceito por todas as partes interessadas em um cessar-fogo.

Cessar-fogo ameaçado

Na semana passada, um acordo entre diversos países que integram o chamado Grupo de Apoio à Síria - comandado pelos Estados Unidos e a Rússia - estabeleceu um cessar-fogo no país árabe e o envio de ajuda humanitária às cidades sitiadas.

Neste domingo, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou, após conversa com o ministro russo do Interior, Sergei Lavrov, que um "acordo provisório" estabelecendo uma trégua temporária havia sido atingido.

"As modalidades para o fim das hostilidades estão sendo completadas", disse Kerry, confirmando que as partes envolvidas estariam mais próximas do que nunca de implementar um cessar-fogo.

Até o momento, porém, a trégua não conseguiu adesão, enquanto a Rússia continua os ataques aéreos aos rebeldes, e o regime de Assad, juntamente com milícias xiitas aliadas, mantém as ofensivas contra os rebeldes.

Assad disse que aceitaria o cessar-fogo desde que os "grupos terroristas" não procurassem tirar vantagem de uma pausa nos conflitos e que seus apoiadores internacionais não interferissem. (Com agências internacionais)

Entenda a origem do Estado Islâmico

AFP