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Bélgica rebaixa alerta antiterrorista por ausência de ameaças iminentes

AFP/Kenzo Tribouillard
Imagem: AFP/Kenzo Tribouillard

Em Bruxelas

24/03/2016 16h01Atualizada em 24/03/2016 19h33

O ministro de Interior da Bélgica, Jan Jambon, anunciou nesta quinta-feira (24) que seu governo decidiu diminuir em um grau o alerta antiterrorista, que estava em seu nível máximo, porque "não há ameaças iminentes" de atentados.

Jambon explicou em declarações à emissora "RTL" que o Conselho Nacional de Segurança se reuniu e o Órgão de Coordenação para a Análise de Ameaças (OCAM) havia "decidido reduzir o nível de ameaça a 3", de uma escala de 4.

O nível três, correspondente a uma ameaça "possível e verossímil", continua tendo uma série de implicações sobre a mobilização e a vigilância das forças de ordem.

A Ocam tinha elevado o nível de alerta para quatro para todo o país, o correspondente a uma ameaça "séria e iminente", na hora seguinte aos atentados, que deixaram ao menos 31 mortos e 300 feridos, após a explosão de bombas no aeroporto internacional de Bruxelas-Zaventem e em uma trecho do metrô na manhã de terça-feira.

A cidade de Bruxelas já tinha passado ao nível 4 em 21 de novembro, em plena busca a um dos suspeitos-chave dos atentados de Paris, Salah Abdeslam, provocando durante cinco dias o bloqueio dos transportes coletivos, das escolas e do comércio.

O nível foi, em seguida, rebaixado para três, mas as autoridades mantiveram a mobilização de centenas de militares para vigiar os edifícios sensíveis no conjunto do território.

Ministros oferecem demissão 

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, prometeu nessa quinta-feira que seu "governo e as autoridades competentes farão absolutamente tudo para esclarecer os atentados" de terça-feira em Bruxelas.

"Não haverá impunidade (...) não pode haver áreas cinzentas", insistiu em um discurso solene no Parlamento ao terceiro dia de luto nacional na Bélgica.

De acordo com a imprensa belga, pouco antes, os ministros do Interior e da Justiça, Jan Jambon e Koen Geens, apresentaram suas demissões a Michel, que as recusou, pelos "erros" vinculados a um dos homens-bomba dos atentados de Bruxelas.

O ministro do Interior disse que o premiê Charles Michel pediu para que continuasse no cargo. "Em tempos de guerra, você não pode deixar o campo de batalha", disse Jambon à TV VTM. O ministro da Justiça, Koen Geens, também ofereceu renúncia mas ficará no cargo, disse um porta-voz do ministério.

Autoridades belgas enfrentam acusações após a Turquia informar na quarta-feira que Ancara enviou no ano passado de volta à Europa Ibrahim El Barakoui, um dos suicidas que realizaram ataques na terça-feira, e alertou a Bélgica que ele era um militante. (Com agências internacionais)