Topo

Hillary critica Trump, prega união e foca economia ao aceitar indicação para disputar Casa Branca

Hillary Clinton aceitou sua indicação para concorrer à presidência dos Estados Unidos - Gary Cameron/Reuters
Hillary Clinton aceitou sua indicação para concorrer à presidência dos Estados Unidos Imagem: Gary Cameron/Reuters

Do UOL, em São Paulo

29/07/2016 00h15Atualizada em 29/07/2016 07h36

A ex-senadora e ex-secretária de Estado Hillary Clinton aceitou, nesta quinta-feira (28), a indicação democrata para a presidência dos Estados Unidos. Durante seu discurso de aceitação na convenção nacional do partido, na Filadélfia, Hillary pregou a união e igualdade no país, a recuperação da economia e criticou por diversas vezes seu rival Donald Trump e sua campanha pelo “medo” e individualismo.

Hillary afirmou que será uma presidente para todos os americanos -"democratas, republicanos e independentes"-, e citou o "marco" na história do país por ser a primeira vez que um grande partido tenha nominado uma mulher para disputar a Casa Branca.  "Quando uma barreira cai nos Estados Unidos, o caminho se abre para todos. É com humildade e determinação que eu aceito a sua indicação para ser presidente dos Estados Unidos", afirmou.

A candidata democrata disse que uma de suas primeiras prioridades será criar oportunidades e empregos. "Nós teremos um plano para criar mais empregos e oportunidades aqui nos Estados Unidos, desde meu primeiro dia no cargo", disse Hillary. "Nos meus primeiros 100 dias, nós passaremos uma legislação que irá resultar no maior investimento em empregos desde a Segunda Guerra Mundial", completou.

Para Hillary, os americanos têm o direito de ficaram furiosos com uma economia que "ainda" não está funcionando para todos. "Ouvi isso de muitos que sentem que a economia certamente ainda não está trabalhando para eles", reconheceu.

"Alguns de vocês estão frustrados, mesmo furiosos. E, querem saber? Vocês estão certos. Ainda não está funcionando como devia", afirmou.

Críticas a Trump

A segurança nacional e o terrorismo também foram citados por Hillary, que rejeitou o discurso do medo utilizado por Trump. ""Temos clareza sobre o que nosso país enfrenta. Mas não temos medo. Nós vamos encarar o desafio, como sempre fizemos", propôs.

"Nós ouvimos Donald Trump na semana passada, ele quer nos dividir do mundo e uns aos outros", disse. "Não deixe ninguém dizer que nosso país é fraco, não somos... e, principalmente, não acredite em ninguém que diga 'eu posso resolver isso sozinho'. Essas foram as palavras de Donald Trump em Cleveland, e isso deveria soar o alarme para nós. Americanos não dizem 'eu posso resolver isso sozinho'. Nós dizemos 'nós iremos resolver isso juntos'", atacou a democrata.

"Basta com a intolerância e a grandiloquência. Donald Trump não está oferecendo uma mudança real, está oferecendo promessas vazias. Aqui está a triste verdade: Não há outro Donald Trump. Isso é tudo", alfinetou.

Além disso, a candidata democrata rejeitou que o multimilionário saiba, como ele mesmo assegura, "mais que os generais sobre o Estado Islâmico", e negou que o magnata esteja qualificado para ser comandante-em-chefe do país.

"Donald Trump diz: 'Sei do Estado Islâmico mais do que sabem os generais'. Não, Donald, você não sabe", disparou a candidata.

"Um homem a quem se pode provocar com um tweet não é um homem no qual possamos confiar com armas nucleares", acrescentou Hillary, em alusão às contínuas batalhas dialéticas que Trump trava através das redes sociais.

Imigração e racismo

Hillary também denunciou o "racismo sistêmico" que sofrem as comunidades negra e latina no país, ao prometer uma reforma do sistema judiciário e um maior controle das armas. "Temos que curar as divisões em nosso país", declarou.

Em outro trecho do discurso, a democrata defendeu a necessidade de uma reforma migratória nos Estados Unidos, alegando que a iniciativa fará crescer a economia do país e deter as deportações "desumanas".

"Acredito que temos milhões de imigrantes que trabalham duro e contribuem com nossa economia. Seria uma derrota e desumano expulsá-los", declarou em referência a proposta de Donald Trump.

A ex-secretária de Estado delineou também seus objetivos políticos ao chegar à Casa Branca, desde fazer tudo possível para evitar os abusos de Wall Street, passando por conseguir a igualdade salarial entre homens e mulheres, e reforçar a luta contra a mudança climática.

Aceno a Sanders

Em um movimento bastante esperado, Hillary estendeu a mão aos eleitores de Bernie Sanders, finalista nas prévias do partido, garantindo que ouviu seus questionamentos, "uma causa comum".

"Quero agradecer a Bernie Sanders... E dizer a todos os seus eleitores aqui e ao redor do país: quero que saibam que eu ouvi vocês. Sua causa é nossa causa. Nosso país precisa de suas ideias, da sua energia e da sua paixão", declarou. (Com informações da AFP e EFE)