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Governo brasileiro convoca embaixadores da Venezuela, do Equador e da Bolívia

Do UOL, em São Paulo

31/08/2016 21h42

A chancelaria brasileira convocou seus embaixadores na Venezuela, no Equador e na Bolívia para consulta em resposta à decisão destes governos de chamar de volta seus representantes diplomáticos após a aprovação do impeachment da agora ex-presidente Dilma Rousseff.

Em declarações divulgadas pelo governo, o chanceler José Serra criticou a decisão da Venezuela de congelar as relações com o Brasil.

"A manifestação do governo venezuelano reflete, em primeiro lugar, um futuro desconhecimento da realidade do Brasil, da Constituição, das leis e daquilo que aconteceu. Tudo dentro das estritas normas da democracia. Mais ainda, a Venezuela, o governo venezuelano, não tem nenhuma moral para falar em democracia, uma vez que eles não adotam um regime democrático. Basta dizer que a Venezuela tem prisioneiros políticos. Um país que tem prisioneiros políticos não vive numa democracia”, disse.

O site do Planalto informa que os embaixadores brasileiros na Bolívia e no Equador também foram convocados. Sobre as críticas feitas por estes países, que convocarão seus representantes diplomáticos no Brasil, Serra pediu para que os chefes de Estado destes países se informassem melhor sobre a legalidade dos atos do Congresso brasileiro.

"Faço um chamado para que os chefes de governo e Estado desses países se liguem mais à realidade, aquilo que, de fato, está acontecendo no Brasil. Uma mudança prevista dentro da Constituição e das leis", disse Serra.

Em notas, o Itamaraty lamentou a "incompreensão dos governos da Bolívia, do Equador e de Cuba" e repudiou o tom das declarações do governo venezuelano. "Revela profundo desconhecimento da Constituição e das leis do Brasil e nega frontalmente os princípios e objetivos da integração latino-americana", afirmou o MRE.

"Os governos destes países reincidem em expressões equivocadas que ignoram os fundamentos de um Estado democrático de direito, como o que vige de maneira plena no Brasil", diz a nota do Itamaraty. (Com Agência Estado e agências internacionais)