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Sul-coreanos vão às ruas para pedir renúncia imediata da presidente do país

Centro de Seul tem a 8ª semana seguida de protestos contra Park Geun-hye - Jung Yeon-Je/AFP
Centro de Seul tem a 8ª semana seguida de protestos contra Park Geun-hye Imagem: Jung Yeon-Je/AFP

Do UOL, no Rio

17/12/2016 11h06

Dezenas de milhares de sul-coreanos fizeram neste sábado (17) um protesto contra a presidente do país, Park Geun-hye, alvo de processo de impeachment por conta de um escândalo de corrupção e tráfico de influência. Os manifestantes usaram velas, faixas e cartazes para pedir a renúncia imediata de Park. Essa é a oitava semana seguida de mobilização.

Ao contrário das semanas anteriores, os manifestantes não protestaram sozinhos, pois um número considerável de partidários de Park reforçavam seu apoio à presidente afastada.

O principal protesto contra Park começou com uma concentração na parte central de Seul, e os organizadores estimam que havia cerca de 600 mil pessoas no local. Porém, os policiais consideram que o número não chegou a 60 mil.

Os manifestantes se dividiram em três colunas, e marcharam até a Casa Azul, onde a presidente mora, o gabinete do primeiro-ministro e a Corte Constitucional, onde nove juízes estão analisando a validação do impeachment aprovado pela Assembleia Nacional há mais de uma semana.

Os poderes da presidente sul-coreana foram suspensos após 234 dos 300 membros do Parlamento votarem pelo impeachment, o que significa que mais de 60 membros do seu próprio partido apoiaram a moção. 

A Corte Constitucional tem 180 dias para tomar uma decisão, mas os manifestantes estão pressionando para que isso aconteça o mais rápido possível. Os manifestantes insistem que ela deve renunciar imediatamente e enfrentar um processo criminal.

 

Entenda o caso

Park é acusada de permitir que uma confidente obscura, a filha de um líder de seita religiosa, exercesse influência considerável em assuntos que variavam da escolha de pessoas para altos cargos do governo até o guarda-roupa dela, além de ajudar a extorquir dezenas de milhões de dólares de empresas sul-coreanas.

Por conta do impasse, até o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, cogitou a possibilidade de se candidatar à presidência da Coreia do Sul após concluir o mandato nas Nações Unidas neste final de ano.

Ban disse que primeiro descansará um pouco, depois voltará ao país natal e se reunirá com líderes políticos, sociais e amigos para estudar opções para o futuro.

"Considerarei seriamente o que posso e devo fazer pelo meu país", explicou o diplomata em entrevista coletiva ao fazer um balanço de seus dez anos à frente da ONU.

Ban, que foi ministro das Relações Exteriores entre 2004 e 2006, reconheceu que a situação em seu país é "muito difícil", mas se mostrou confiante que os coreanos superarão os atuais problemas.

(Com agências)