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Estado Islâmico assume responsabilidade por atentado em Berlim

Policiais aparecem ao lado de caminhão com o para-brisas destruído após o ataque em Berlim, na Alemanha - Tobias Schwarz/AFP
Policiais aparecem ao lado de caminhão com o para-brisas destruído após o ataque em Berlim, na Alemanha Imagem: Tobias Schwarz/AFP

Do UOL, em São Paulo

20/12/2016 17h30

O grupo EI (Estado Islâmico) reivindicou a responsabilidade pelo ataque com caminhão na feira de Natal em Berlim, na Alemanha, segundo a agência de notícias Amaq, conhecida como porta-voz do grupo.

No texto, o EI afirmou que um "soldado do Estado Islâmico" foi o responsável pelas mortes e que ele "estava em uma operação" em resposta aos apelos da coalizão internacional, grupo de países que visa combater o EI. "Um soldado do EI executou a operação de Berlim, em resposta aos apelos de visar cidadãos de países da coalizão internacional".

A Alemanha não está envolvida diretamente em operações de combate do Estado Islâmico, mas tem jatos e um avião de reabastecimento estacionados na Turquia, em apoio à colisão que luta contra os rebeldes na Síria. 

Antes do ataque em Berlim, o califado teria divulgado um pedido para que os ataques terroristas fossem focados em cidadãos de países que tentam frear o EI. 

A linguagem usada para assumir o atentado foi a mesma usada quando o grupo assumiu um ataque à Universidade de Ohio, nos EUA, em novembro, que deixou 11 feridos. Ainda não se sabe se os responsáveis foram enviados pelo Estado Islâmico ou se apenas se inspiraram nos ataques do grupo. 

19.dez.2016 -  no oeste de Berlim, na Alemanha - Fabrizio Bensch/Reuters - Fabrizio Bensch/Reuters
Bombeiro socorre vítima após um caminhão invadir uma feira natalina em Berlim
Imagem: Fabrizio Bensch/Reuters
 Antes do EI assumir a responsabilidade, o principal promotor da Alemanha, Peter Frank, disse que o ataque na feira natalina lembrava o de Nice, na França, e parecia seguir as mesmas instruções publicadas pelo grupo militante.

"Há o alvo proeminente e simbólico do mercado de Natal e também o modus operandi que se espelha em chamadas passadas de organizações terroristas jihadistas", afirmou Frank.

Na noite de segunda-feira (19), o caminhão atingiu barracas de madeira que serviam comida e bebida aos pés da igreja memorial Kaiser Wilhelm, uma das atrações turísticas mais famosas da antiga Berlim Ocidental. Ao menos 12 pessoas morreram na colisão e 48 pessoas ficaram feridas.

Seis dos mortos foram identificados como alemães, cinco ainda não foram identificados e a vítima que estava no banco do passageiro do caminhão era polonesa. Vinte e cinco pessoas permaneceram internadas, 14 com lesões graves. 

A polícia alemã acelera os esforços para estudar as evidências forenses do ataque, incluindo análises de manchas de sangue que foram encontradas dentro da cabine do caminhão e podem identificar o motorista. 

Suspeito detido após ataque é libertado

Ataque com caminhão em Berlim deixa ao menos 12 mortos

UOL Notícias

A Alemanha ainda está em estado de alerta já que a as autoridades seguem procurando o ou os responsáveis pelo ataque com o caminhão no mercado natalino. 

Um paquistanês detido logo após o ataque foi libertado esta terça-feira (20) devido a falta de provas, de acordo com procuradores alemães. Ao longo do dia, a polícia de Berlim vinha alertando que o homem negou envolvimento no crime e poderia não ter relação com o ocorrido

"Podemos ainda ter um criminoso perigoso por ai", afirmou o chefe de estado da polícia de Berlim, Klaus Kandt.

O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, disse em pronunciamento à imprensa nesta terça (20) que o suspeito pediu asilo no país. Segundo Maizière, o paquistanês que entrou na Alemanha em 31 de dezembro de 2015 e chegou à capital alemã em fevereiro.

Alemanha confirma atentado 

A chanceler alemã, Angela Merkel, classificou como atentado terrorista o ataque contra um mercado de Natal em Berlim. "Pelo que se sabe atualmente, devemos presumir de que se trata de um atentado terrorista", disse. Até então, as autoridades da Alemanha estavam evitando tomar posições e declarar que o acidente pudesse ter sido planejado e executado por terroristas.