Topo

Autor de massacre racista em igreja nos EUA é condenado à morte

18.jun.2015 - Foto cedida pelo escritório do xerife do condado de Charleston mostra Dylann Roof - Escritório do xerife do condado Charleston/AP
18.jun.2015 - Foto cedida pelo escritório do xerife do condado de Charleston mostra Dylann Roof Imagem: Escritório do xerife do condado Charleston/AP

Do UOL, em São Paulo

10/01/2017 20h03

O supremacista que executou o massacre em uma igreja da comunidade negra de Charleston, EUA, deixando nove mortos, foi condenado à morte nesta terça-feira (10).

A decisão que condenou Dylann Roof, 22, foi tomada por um júri popular composto por 12 pessoas, após três horas de deliberação. Um juiz emitirá a sentença formalmente na quarta (11) pela manhã.

No encerramento do julgamento, nesta terça, Roof afirmou não se arrepender de nada que fez.

"Ninguém me obrigou", disse Dylann Roof, falando em sua própria defesa no tribunal federal de Charleston, na Carolina do Sul.

Em dezembro, o jovem foi considerado culpado pelas 33 acusações que pesavam sobre ele, entre elas crime de ódio.

O advogado da Procuradoria, Jay Richardson, recordou ao tribunal que Roof "executou cruelmente pessoas que descreveu em seus escritos como meros animais selvagens".

"Sentenciem este acusado à morte, por matar Clementa Pinckney", disse, se referindo ao pastor da igreja. Depois repetiu a frase nomeando as outras oito vítimas.

Em sua defesa, Dylann disse que o ódio sentido contra ele pelas famílias das vítimas, pessoas em geral, e pelo procurador é similar ao sentimento que ele teve para com os fiéis. E acrescentou, em um discurso pouco coerente, que sua atitude foi um impulso natural.

"Acredito que possamos dizer que ninguém em sã consciência quer ir a uma igreja matar pessoas", afirmou. "O que digo é que ninguém que odeie alguém tem uma boa razão para fazer isso".

Mas, em contrapartida, tentou buscar a compaixão do júri para obter prisão perpétua em vez da sentença de morte.

"Tenho o direito de pedir a vocês prisão perpétua, porém não sei de que forma isso serviria. Só um de vocês precisa estar em desacordo com o resto do júri".

Em dezembro, o tribunal viu o vídeo de confissão de Dylann Roof, um dia após o ataque. Nele, o jovem justificava suas ações como represália pelos supostos crimes cometidos pelos negros contra os brancos.

"Alguém tinha que fazer isso porque os negros estão matando os brancos o tempo todo na rua e estão estuprando as mulheres brancas", dizia Roof, calmamente, ao oficial do FBI.

Referindo-se a este vídeo e a outras provas de seu intenso racismo mostradas durante o julgamento, o procurador Richardson disse aos membros do júri que Roof "passou anos alimentando este profundo ódio. Este ódio que cada um de nós quer pensar que não é possível que exista em ninguém".

Em 17 de junho de 2015, Dylann Roof se juntou a um grupo de estudos da Bíblia na Igreja Metodista Episcopal Africana Mãe Emanuel, um símbolo da luta contra a escravidão em Charleston. Porém, minutos depois, inciou um massacre no qual nove pessoas negras morreram.