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México está disposto a negociar comércio, segurança e migração com Trump, mas não o muro

Seth Wenig/ AP
Imagem: Seth Wenig/ AP

Do UOL, em São Paulo

11/01/2017 21h41

O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, disse nesta quarta-feira que o México buscará negociar questões como comércio, segurança e imigração com a administração do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, mas não pagaria por um muro na fronteira com os EUA.

 A declaração foi feita horas depois de o magnata ter dito que pretende levar a ideia adiante. "É evidente que temos algumas diferenças com o próximo governo dos Estados Unidos, como a construção do muro, que não iremos pagar", ressaltou Peña Nieto.

"Todos os temas que definem nossa relação bilateral podem ser negociados. Mas, em nenhum momento, aceitaremos nada que vá contra a nossa dignidade como país e como mexicanos", destacou.

O presidente acrescentou que o México poderia investir mais na segurança das fronteiras, mas lembrou que essa responsabilidade deve ser dividida também com os Estados Unidos que, em sua opinião, deveriam se esforçar mais para impedir o tráfico de armas em direção ao país vizinho no sul. 

Peña Nieto também disse que defenderá os interesses de empresas estrangeiras e nacionais que atuam no México, em resposta a propostas de Trump para incentivar empresas a produzirem nos EUA e que já começam a surtir efeito. No início deste ano, a Ford anunciou o cancelamento dos planos de erguer uma fábrica no valor de 1,6 bilhão de dólares no México. 

Muro pago com impostos

Em entrevista coletiva, Trump se comprometeu a começar a construção de um muro na fronteira com o México, mesmo antes do fim da negociação com o país vizinho sobre a medida polêmica. Ele admitiu que estuda uma proposta para financiar inicialmente o projeto com dinheiro de impostos americanos.

 "Não quero esperar um ano e meio para fazer um acordo com o México", afirmou. "O México pagará pelo muro", frisou.

Mesmo assim, Trump disse ter "respeito" pelo povo mexicano e seu governo, e alegou que as autoridades locais "não têm culpa do que está acontecendo" com a imigração ilegal.

O republicano não detalhou de que forma o México vai "reembolsar" os Estados Unidos pelas despesas com a construção desse muro. "Vai acontecer, seja por impostos ou com pagamentos", declarou.