Prédio de 15 andares em Teerã desaba após incêndio
Do UOL, em São Paulo
19/01/2017 08h01Atualizada em 19/01/2017 15h01
Um edifício de 15 andares desabou após um incêndio nesta quinta-feira (19) em Teerã. Pelo menos 20 bombeiros morreram no desabamento, segundo o prefeito Mohamad Bagher Ghalibaf.
"Até o momento, mais de 20 de nossos camaradas das brigadas dos bombeiros morreram ao tentar ajudar os outros" que chegaram para controlar o incêndio, informou à televisão estatal.
Um porta-voz dos bombeiros, Jalal Maleki, disse que não podia confirmar o número de mortos.
Segundo o chefe de serviços de emergência, Pir Hossein Koolivand, em um primeiro balanço divulgado no início da tarde em Teerã, havia "70 feridos, incluindo 23 hospitalizados" por causa do desabamento.
A TV iraniana afirmou que vários bombeiros trabalhavam no momento do desabamento.
Os bombeiros tentam resgatar seus companheiros que ficaram presos entre os escombros, segundo a agência semioficial "Tasnim".
Mais cedo, a imprensa oficial iraniana chegou a indicar que cerca de 30 bombeiros haviam morrido.
Também não foram determinadas as causas do fogo, que provocou primeiro a queda do muro norte do edifício, cujo acesso a seus arredores está fechado pela polícia.
O prédio, construído no início dos anos 1960, era um dos mais altos da capital iraniana e abrigava um centro comercial.
O centro comercial Plasco, que abrigava lojas e oficinas de confecção, ficava na avenida Yumhuri, uma das principais do centro de Teerã.
A polícia evacuou o bairro no qual o edifício se encontra por medo de explosões provocadas por vazamentos de gás, segundo a agência de notícias AFP.
"Havíamos advertido várias vezes os responsáveis do edifício" de que não era seguro, disse um porta-voz dos bombeiros, Jalal Maleki, lamentando que não tenham levado em conta as advertências.
Ele cita ainda a quantidade de roupas armazenadas nas escadas, "o que é contrário às normas de segurança".
O incêndio teve início no início da manhã, no horário local, e durou quatro horas. Foi declarado no nono andar e se propagou até o décimo-quinto, segundo os bombeiros.
Antes do desabamento, a televisão divulgou imagens nas quais enormes chamas saíam dos últimos andares.
O edifício foi construído pelo empresário judeu Habibollah Elghanian, que, depois da revolução islâmica de 1979, foi condenado à morte e executado por seus supostos vínculos com Israel.
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, ordenou nesta quinta-feira uma investigação para apurar as causas do incêndio e do desabamento do edifício e que os atingidos sejam indenizados.
Rouhani manifestou sua dor pelo ocorrido e ofereceu suas condolências às vítimas, segundo um comunicado divulgado pela presidência iraniana.
O presidente também pediu ao Ministério do Interior que apure urgentemente as causas do acidente e que as autoridades competentes ofereçam atendimento aos feridos e compensações aos comerciantes afetados pelos danos materiais.