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Ex-chefe do Exército da Argentina é preso por sequestros durante a ditadura

César Milani foi comandante do Exército durante o governo de Cristina Kirchner - Rodrigo Abd/AP
César Milani foi comandante do Exército durante o governo de Cristina Kirchner Imagem: Rodrigo Abd/AP

Do UOL, em São Paulo

17/02/2017 18h06

Ex-chefe do Exército da Argentina, César Milani foi preso nesta sexta-feira (17) por conta de sua participação em tortura e sequestros de dois homens e uma mulher durante a ditadura.

Milani, 62, foi detido depois de depor diante da Justiça Federal sobre os casos de Pedro Olivera, seu filho Ramón Alfredo e Veronica Matta, ocorridos durante a década de 1970. Um jovem oficial durante a ditadura argentina, o militar foi alçado ao comando das Forças Armadas durante o governo da ex-presidente Cristina Kirchner, em 2013.

Em 2015, o general pediu sua passagem à reserva justamente por causa de denúncias sobre seu envolvimento em crimes durante a última ditadura no país (1976-83). Ele foi designado para a chefia do Exército em 2013, depois de a análise de sua folha de serviço não ter revelado qualquer vínculo com a ditadura.

Segundo Delfor "Pocho" Brizuela, do departamento de Direitos Humanos da província de Rioja, no noroeste do país, foi decretada prisão preventiva. Foi a segunda vez nesta semana que Milani se apresentou à Justiça. Na terça-feira, teve de prestar esclarecimentos na província de Tucumán pelo desaparecimento do soldado Alberto Ledo, em 1976.

Na ocasião, Milani estava encarregado do translado de Ledo de La Rioja para Tucumán, onde o soldado teria desertado e desaparecido. A investigação foi motivada por causa de denúncia de seus familiares. (Com agências internacionais)