Desde o início do governo Trump, 2.611 refugiados de países que seriam vetados entraram nos EUA
Dados oficiais mostram que desde o início do governo de Donald Trump foram recebidos 2.611 refugiados dos seis países de maioria muçulmana que o presidente dos EUA quer vetar - Irã, Líbia, Síria, Somália, Sudão e Iêmen.
Todos foram instalados em território americano, e o grupo representa 32% dos 7.969 refugiados que entraram nos EUA entre 21 de janeiro e 16 de março. A Síria lidera o número de refugiados (1.036), atrás de Somália (956), Irã (422), Sudão (184), Iêmen (13) e nenhum da Líbia, entre 21 de janeiro e 16 de março.
A segunda lei proposta por Trump para proibir a entrada de cidadão destes seis países foi barrada pela Justiça federal na noite de quarta-feira (15) horas antes de entrar em vigor.
A primeira lei, barrada em janeiro, vetava ainda a entrada de cidadãos do Iraque. No mesmo período, foram recebidos nos EUA 931 iraquianos.
Em comparação com o mesmo período no ano passado, durante o governo Obama, os EUA receberam 9.589 refugiados, entre eles 2.587 cidadãos dos seis países alvo do veto de Trump e 1.262 iraquianos.
Os refugiados admitidos pelos EUA passam por um processo que dura entre 18 e 24 meses antes de serem recebidos em solo norte-americano. É feita uma investigação de cada pedido pelo Departamento de Estado, pelo Departamento de Segurança Interna, pelos Serviços de Imigração e por outras agências federais, além de triagens de saúde e orientações culturais para adaptação.
Todos que são recebidos têm um destino certo, uma residência fixa e um sistema de apoio de alguma organização.
Analisando dados de entrada de refugiados do ano fiscal de 2017 (que começa em outubro de 2016), foram recebidos 12.924 refugiados daqueles seis países e 5.588 do Iraque. Mas o maior número de refugiados no período vem da República Democrática do Congo (6.632).
Menos cristãos, mais muçulmanos
Em uma análise feita pelo Pew Research incluindo o número de refugiados recebidos durante o governo Trump, o instituto apontou que 45% dos aceitos nos EUA são muçulmanos, enquanto 43% são cristãos. Outras religiões são identificadas entre os demais refugiados (incluindo hindus, budistas e judeus).
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