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Em plena crise econômica, Venezuela doou meio milhão para a posse de Trump

Andrew Harnik/AP
Imagem: Andrew Harnik/AP

Do UOL, em São Paulo

19/04/2017 20h50

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pode estar enfrentando dificuldades econômicas para alimentar a população de seu país, mas ainda assim o seu governo doou US$ 500 mil para a cerimônia de posse de Donald Trump.

Os registros feitos pelo comitê de posse, apresentados aos integrantes da Comissão Federal Eleitoral, mostram que a Citgo Petroleum, uma subsidiária nos EUA da petrolífera estatal venezuelana PDVSA, foi um dos maiores doadores corporativos para os eventos da cerimônia de inauguração.

Apesar das acusações de Maduro de que os EUA tentam derrubá-lo, a doação foi superior a de algumas empresas gigantes americanas, como a Pepsi (US$ 250 mil), Walmart (US$ 150 mil) e Verizon (US$ 100 mil), e é comparável com a da petrolífera Exxon e da JP Morgan Chase, que também doaram meio milhão de dólares cada uma. O Bank of America fez uma doação de US$ 1 milhão.

Recentemente, a PDVSA ofereceu uma participação de quase 50% da Citgo como garantia para um empréstimo de US$ 1,5 milhões feito pela empresa russa Rosneft. O acordo foi criticado por legisladores republicanos, que estão preocupados com a possibilidade de que o calote da Citgo permita que o presidente russo, Vladimir Putin, tenha um lugar firme na indústria de petróleo dos EUA.

Nesta quarta, o secretário americano de Estado, Rex Tillerson, disse que a Casa Branca acompanha "de perto" e com "preocupação" a situação na Venezuela, onde partidários e opositores ao governo realizaram protestos em um ambiente de tensão. Na visão de Tillerson, os Estados Unidos também estão preocupados porque "o governo de Maduro está violando sua própria constituição", e não permite que a oposição "se organize de forma que sua voz seja ouvida".