Parlamento britânico confirma eleições antecipadas em junho
O Parlamento britânico confirmou nesta quarta-feira (19) a antecipação as eleições legislativas para 8 de junho, após solicitação feita pela primeira-ministra Theresa May. A premiê pretende reforçar sua posição para as negociações do Brexit com a União Europeia (UE).
May precisava do apoio de pelo menos dois terços dos 650 deputados e conseguiu superar a meta com folga: 522 aprovaram a antecipação das eleições, originalmente previstas para 2020. Apenas 13 votaram contra a proposta.
A medida contou com apoio total do Partido Conservador, liderado pela primeira-ministra, da grande maioria do Partido Trabalhista, principal partido de oposição, e de legendas menores. Já o independentista Partido Nacional Escocês (SNP), terceiro maior partido na Casa, se absteve.
Premiê e oposicionista se atacam em sessão
Em uma prévia da campanha eleitoral, May e o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, travaram um intenso debate durante a sessão desta quarta, apesar do consenso em torno da antecipação do pleito, originalmente previsto para 2020.
O Partido Conservador de May aparece bem à frente do Partido Trabalhista em pesquisas de opinião. Dos eleitores, 50% afirmam que May seria a melhor primeira-ministra, contra 14% a favor de Corbyn.
Em sua intervenção na Câmara dos Comuns, May acusou o líder social-democrata de "não estar capacitado" para dirigir o Reino Unido, enquanto este afirmou que ela quebrou sua promessa de não convocar, em nenhum caso, eleições gerais antecipadas.
"Cumprimentamos a convocação de eleições, mas esta é uma primeira-ministra que disse que elas não ocorreriam, uma primeira-ministra em que não se pode confiar", afirmou Corbyn, que acusou May de também querer "fugir" dos debates televisivos, nos quais ela se nega a participar.
A líder conservadora reiterou que era necessário antecipar as eleições, que originalmente estavam previstas para 2020, com o objetivo de garantir "estabilidade e liderança" ao país para as negociações com Bruxelas para a saída da União Europeia.
"Há três coisas que um país necessita: uma economia forte, uma defesa forte e uma liderança forte e estável", declarou a chefe de governo, que afirmou que "isto é o que os conservadores oferecerão nestas eleições".
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou nesta quarta-feira que a negociação política do artigo 50 do Tratado de Lisboa, que regulamenta a saída de um Estado-membro da UE, irá começar depois das eleições britânicas. No dia anterior, ele teve uma conversa telefônica com May.
Em busca da legitimidade
May iniciou formalmente o processo de saída da UE em 22 de março, nove meses depois do referendo. As negociações devem durar 24 meses para encerrar os 44 anos de relação entre o Reino Unido e a União Europeia.
As eleições foram convocadas para enfrentar o forte clima de divisão seminado pela oposição do Partido Trabalhista, dos Liberais Democratas e dos movimentos de independência na Escócia.
Uma vitória daria a May um mandato que se estenderia até 2022, tempo suficiente para tratar das negociações do Brexit e um possível período de transição para novos arranjos comerciais com a UE, uma perspectiva que fortaleceu a libra esterlina.
Estas serão as segundas eleições gerais britânicas em dois anos, após a votação de maio de 2015, com o referendo sobre a saída da UE no meio. (Com agências internacionais)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.