OEA convoca reunião de chanceleres para debater a crise política na Venezuela
Do UOL, em São Paulo
26/04/2017 18h49Atualizada em 26/04/2017 19h25
O Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) convocou nesta quarta-feira (26) os chanceleres do continente para uma reunião para analisar a crise venezuelana, enquanto milhares de manifestantes voltaram às ruas no país e contra o governo do presidente Nicolás Maduro e foram reprimidos por militares,
Dezenove países votaram a favor da convocação, entre eles o Brasil. A Venezuela ameaçou deixar a OEA caso a reunião fosse convocada contra a vontade do país.
Além do Brasil, votaram a favor Guiana, Bahamas, Santa Lúcia, Argentina, Barbados, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Honduras, Guatemala, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. Dez países, incluindo Venezuela, Equador, Bolívia e Nicarágua votaram contra, quatro se abstiveram e outro, Granada, se ausentou.
O governo de Maduro considera a OEA como um braço da política hostil dos Estados Unidos e tem frequentemente desprezado o líder do grupo, Luis Almagro, um ex-ministro de Relações Exteriores do Uruguai, como um vira-casaca trabalhando para seus adversários em Washington.
A Venezuela, comandada por um governo de esquerda, e a OEA têm se confrontado por meses e a liderança da organização afirmou que o país deve ser suspenso do grupo caso não realize eleições gerais "o mais rápido possível", em meio a uma penosa crise econômica.
"Caso uma reunião de ministros de Relações Exteriores da Organização dos Estados Americanos aconteça sem a aprovação e consentimento do governo venezuelano, eu recebi instruções do presidente Nicolás Maduro para começar o processo de remoção da Venezuela dessa organização", disse a ministra de Relações Exteriores venezuelano, Delcy Rodríguez, à TV estatal na noite de terça-feira.
Para que a Venezuela seja suspensa da OEA, é necessário o voto de dois terços das 34 nações que fazem parte da Assembleia-Geral da organização. Caracas pode contar com o apoio de vários países pobres da América Central e do Caribe que recebem petróleo da Venezuela em termos favoráveis. (Com agências internacionais)