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Trump diz que demitiu diretor do FBI porque ele "não estava fazendo um bom trabalho"

Ao lado do ex-secretário de Estado Henry Kissinger. Trump fala com a imprensa na Casa Branca - KEVIN LAMARQUE/REUTERS
Ao lado do ex-secretário de Estado Henry Kissinger. Trump fala com a imprensa na Casa Branca Imagem: KEVIN LAMARQUE/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

10/05/2017 13h26Atualizada em 11/05/2017 08h06

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, falou pela primeira vez sobre a demissão do diretor do FBI, James Comey, anunciada na terça-feira (9). Em uma curta declaração à imprensa, durante o encontro com o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger, Trump afirmou que demitiu Comey "porque ele não estava fazendo um bom trabalho".

Na sequência, Trump afirmou que a demissão "não afetou em nada" seu encontro com o chanceler russo, Sergei Lavrov, realizado também nesta quarta na Casa Branca.

Comey atualmente comandava uma investigação sobre os possíveis vínculos entre a campanha eleitoral do magnata e o governo russo. A demissão gerou críticas de políticos americanos, principalmente democratas, que dizem que o ato pode atrapalhar as investigações sobre a suposta ligação entre a campanha republicana e russos.

Mais tarde, Sarah Huckabee Sanders, uma das porta-vozes da Casa Branca, disse que Trump "perdeu confiança em Comey nos últimos meses e vinha considerando a demissão desde o dia em que tomou posse" [20 de janeiro].

Ela afirmou que Comey cometeu "atrocidades" como diretor do FBI e que a Casa Branca encoraja as investigações. "Qualquer investigação que acontecia na segunda-feira continua acontecendo hoje. Queremos que isso seja finalizado o mais rápido possível para mover o foco a assuntos que precisam ser resolvidos, e deixar essa história para trás", disse Huckabee a jornalistas.

Quem também falou sobre o assunto foi o vice-presidente Mike Pence também falou com a imprensa e afirmou que a demissão foi uma recomendação do vice-procurador-geral, Rod Rosenstein, que assumiu o cargo há duas semanas. Segundo Pence, a recomendação foi referendada pelo procurador-geral, Jeff Sessions, e aceita por Trump.

"O presidente tomou a decisão certa no momento certo. Agora vamos procurar um indivíduo que comande a agência para longe da política, dos eventos do ano passado, que marcou a chefia do Comey, levar o FBI de volta ao lugar de proteção da nação. Comey perdeu a confiança do presidente. Eu apoio a decisão, que reflete o tempo para um novo começo do FBI", disse Pence.

Na quarta, o governo Trump justificou a decisão dizendo que houve uma recomendação para a substituição do diretor partiu do Departamento de Justiça, que estava investigando Comey pelas declarações públicas feitas poucos dias antes da eleição sobre suspeitas contra Hillary Clinton.

Dez dias antes da eleição, o diretor anunciou que o FBI estava investigando mais e-mails como parte de um inquérito -- que havia sido encerrado anteriormente-- sobre o uso de um provedor privado por Hillary Clinton. A agência voltou atrás dois dias antes da eleição e disse que decidiu não processar a candidata. Porém, as declarações de Comey já haviam provocado um grande escândalo. Na época, os democratas acusaram o diretor do FBI pela derrota nas urnas.

Diretores do FBI são nomeados para um mandato de dez anos. Comey, de 56 anos, assumiu a agência em 2013.