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Trump se defende e diz que "nenhum político da história foi tratado tão mal"

17.mai.2017 - Donald Trump chega para formatura de agentes da Guarda Costeira dos Estados Unidos em New London, Connecticut - AFP/Saul Loeb
17.mai.2017 - Donald Trump chega para formatura de agentes da Guarda Costeira dos Estados Unidos em New London, Connecticut Imagem: AFP/Saul Loeb

Do UOL, em São Paulo

17/05/2017 13h42

O presidente norte-americano, Donald Trump, fez um discurso nesta quarta-feira (17), durante a formatura de agentes da Guarda Costeira do país, e afirmou que "nenhum político da história" foi tratado tão mal quanto ele.

Trump não falou diretamente sobre a mais recente acusação que sofreu --de que teria pedido ao ex-diretor do FBI James Comey que parasse de investigar os laços de seu assessor Michael Flynn com a Rússia, conforme divulgado pelo jornal "The New York Times" na noite de terça-feira (16).  Comey acabou demitido na semana passada.

O presidente se defendeu em um momento que falava sobre as adversidades que os agentes poderão enfrentar no futuro.

"Nunca desistam. As coisas darão certo. Vejam como eu venho sendo tratado, especialmente pela mídia. Nenhum político da história, e digo isso com muita certeza, foi tratado pior ou mais injustamente. Você não pode deixar os críticos e opositores te derrubarem e impedir que você alcance seus sonhos. Acho que é por isso que a gente venceu [a eleição]", discursou Trump.

Ao contrário de outras acusações que sofreu --como na segunda-feira (15), quando o "Washington Post" publicou que Trump divulgou informações secretas a autoridades russas--, Trump ainda não se manifestou no Twitter sobre a suposta pressão em Comey. A Casa Branca, ainda na terça, negou as informações publicadas no "New York Times".

"Deixa para lá"

"Espero que você possa deixar isso para lá", teria dito Trump a Comey sobre Flynn após uma reunião na Casa Branca em 14 de fevereiro, segundo um memorando escrito pelo ex-diretor do FBI, ditado para o "New York Times", que não viu o documento, por um assistente de do ex-diretor do FBI.

O memorando foi escrito por Comey imediatamente após a reunião. No dia seguinte, Michael Flynn renunciou ao cargo.

Segundo relatos de pessoas próximas a Comey, o ex-diretor do FBI fez o memorando dizendo-se chocado com o pedido do presidente e o mostrou a colegas.  “Ele [Flynn] é um cara legal. Espero que você consiga deixar isso para lá", teria dito Trump ainda, segundo o memorando, acrescentando que o assessor não havia feito nada de errado.

Comey não teria concordado nem discordado sobre interromper a investigação -- que continua em andamento --, dizendo apenas: "Concordo que ele seja um cara legal".

Em nota, a Casa Branca negou a informação. 

"Embora o presidente tenha repetidamente expressado sua visão de que o general Flynn é um homem decente que serviu e protegeu nosso país, o presidente nunca pediu ao sr. Comey ou a ninguém que terminasse qualquer investigação, incluindo a investigação que envolve o general Flynn", disse a nota.

"O presidente tem o maior respeito por nossas agências de cumprimento da lei e por todas as investigações. Esse não é um retrato real ou correto da conversa entre o presidente e o sr. Comey", acrescentou a nota. 

No dia seguinte após demitir Comey, Trump lançou um alerta de que o ex-diretor do FBI não deveria vazar informações sobre o que os dois haviam conversado, dando a entender que havia gravado as conversas. 

Flynn foi forçado a renunciar em fevereiro após revelações de que ele havia discutido com o embaixador russo o fim das sanções impostas pelo governo Obama contra a Rússia, antes de Trump tomar posse.