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Casal "grávido" se reencontra 6 meses após ser separado por medida polêmica de Trump

Khaled e Jehan tinham casado recentemente quando foram afetados pela medida  - Reprodução/Facebook
Khaled e Jehan tinham casado recentemente quando foram afetados pela medida Imagem: Reprodução/Facebook

Colaboração para o UOL

18/06/2017 13h45

A decisão tomada no começo de 2017 pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de barrar provisoriamente a entrada de pessoas de sete países de origem muçulmana, forçou um casal a ficar seis meses separado. A agonia terminou apenas na última sexta-feira (16), de acordo com o jornal The Star, de Toronto.

O médico Khaled Almilaji deixou os EUA, onde cursava pós-graduação em saúde pública, para uma missão de ajuda na fronteira da Turquia com a Síria, seu país natal. Só que a decisão de Trump o impediu de retornar.

A situação fez com que sua esposa, Jehan Mouhsen, que estava grávida, ficasse separada do marido durante 174 dias em Rhode Island.

"Foi uma experiência muito estressante, sem saber o que está acontecendo. Estamos apenas entusiasmados porque a provação finalmente acabou", disse Jehan enquanto esperava o retorno do marido.

Almilaji tentou retornar aos EUA no dia 7 de janeiro, mas foi barrado antes mesmo de embarcar. O seu visto de estudante foi bloqueado por razões que não estavam claras no momento. Com a ajuda de senadores de Rhode Island e da Universidade de Brown, ele conseguiu dar entrada em outro visto alguns dias depois.

Logo na sequência veio a ordem de Trump para bloquear a entrada de pessoas de sete países de origem muçulmana. A situação afetou diretamente o médico. O caso só foi resolvido neste mês. Comovido com a história, o Professor Howard Hu, da Universidade de Toronto (Canadá), ofereceu uma bolsa de estudos para que Almilaji morasse fora dos EUA.

Com a ajuda de doadores privados, a universidade levantou fundos para pagar os custos de vida do casal. Além de mudar de país, o médico também precisou mudar de curso e vai fazer pós-graduação em informática da saúde.

“Não temos queixas contra os americanos", disse Jehan, que deve dar a luz em agosto."Mas a proibição de viagem foi tão desnecessária e injusta. Estamos satisfeitos pelo Canadá nos ajudar. É um grande alívio ".

Em entrevista ao site The Star, o médico falou sobre o novo momento da carreira e a chance de estar novamente ao lado da mulher. “Estou feliz por ter a chance de aumentar meu conhecimento. Um dia eu vou voltar ao meu país e ajudar a reconstruir o sistema de saúde. A Universidade de Toronto me deu outra chance e eu sou muito grato”, afirmou.

O bebê do casal tem nascimento previsto para agosto. Portanto, Khaled poderá curtir as semanas finais de gravidez junto à sua mulher.