Terrorismo, tensão política e incêndio: Reino Unido vive 1 ano de extremos
O assassinato da deputada trabalhista Jo Cox por um militante de extrema-direita em 16 de junho do ano passado foi a primeira de uma série de acontecimentos que tumultuaram o Reino Unido nos últimos 12 meses, que incluem a surpreendente decisão de deixar a União Europeia, troca de governo, atentados terroristas e incêndio.
Nesta quinta (22), começa a cúpula da União Europeia que pode definir detalhes do Brexit, a saída britânica do bloco que provocou diversos conflitos desde que o país escolheu esse caminho. Em discurso ao Parlamento, na quarta (21), a rainha Elizabeth 2º disse que a prioridade do Reino Unido é "construir o mais amplo consenso para o futuro do país fora da União Europeia".
Mesmo com a comoção provocada pela morte de Jo Cox, favorável aos refugiados e contrária ao Brexit, os britânicos votaram pela saída da União Europeia em 23 de junho de 2016, motivados por um sentimento de isolamento em relação ao bloco europeu e a rejeição aos imigrantes.
Também opositor ao Brexit, o premiê David Cameron --que convocou o referendo depois de ter feito essa promessa em sua campanha eleitoral-- renunciou no dia seguinte. A ex-ministra Theresa May assumiu o cargo, em meio à turbulência política e econômica provocada pelo Brexit.
Já em 2017, três atentados de extremistas simpáticos ao Estado Islâmico aterrorizaram o país num intervalo de dois meses e meio, entre março e junho. Os ataques ocorreram na ponte de Westminster, em Londres, na saída de um show da cantora Ariana Grande, em Manchester, e na London Bridge, também na capital britânica, deixando 35 mortos.
Tentando ganhar força no Parlamento para negociar o Brexit em situação mais favorável, Theresa May decidiu antecipar as eleições, programadas para 2019, e realizou o pleito em 8 de junho.
Mesmo com a vitória dos conservadores, que garantiu sua permanência no cargo, a estratégia não deu certo; o número de votos menor ao seu partido em relação à eleição anterior, de 2015, fez com que os conservadores perdessem a maioria absoluta no Parlamento e necessitassem do apoio de um partido menor para governar. O fracasso rendeu críticas a May, que saiu enfraquecida.
Uma semana depois das eleições, um incêndio devastou um prédio de apartamentos de 24 andares no bairro de Kensington, habitado em sua maioria por imigrantes e famílias de classe média baixa, deixando pelo menos 79 mortos. Os repetidos alertas dos moradores sobre a falta de segurança do edifício antes da tragédia, assim como o fato de May ter evitado os moradores em sua primeira visita ao local do incêndio, provocaram indignação.
O episódio mais recente a tumultuar o país foi o ataque de um britânico a muçulmanos que estavam em frente a uma mesquita de Londres. Ele atropelou intencionalmente os fiéis e matou uma pessoa, deixando dez feridos. Contido pelos próprios religiosos, o homem, chamado Darren Osborne, foi preso. No momento do ataque, ele disse que mataria "todos os muçulmanos".
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